Cabeças do tráfico
Conheça os principais chefes das facções cariocas:
Comando Vermelho (CV)
Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP (34 anos)
- Preso desde 1996, quando chefiava o tráfico no Complexo do Alemão. De dentro de Bangu 1, continuou ordenando crimes. Só pelo assassinato de dois traficantes, foi condenado a 36 anos de prisão. Cumpria pena no presídio de Catanduvas, mas foi transferido para a penitenciária de Porto Velho (RO) na quinta-feira.
Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco (43 anos)
- Apontado como sucessor de Marcinho VP no Alemão, foi preso em 2002 pela morte do jornalista Tim Lopes e condenado a 28 anos e meio de prisão. Também deixou Catanduvas e foi para Porto Velho (RO)
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar (43 anos)
- Condenado a 32 anos por formação de quadrilha e tráfico de drogas, ainda responde por outros crimes. Preso em 1996 em Belo Horizonte, fugiu do presídio um ano depois, saiu do país, foi apontado como o principal fornecedor de drogas e armas para o tráfico do Rio, e em 2001 foi preso pelo Exército colombiano. Passou por Catanduvas e hoje cumpre pena no presídio de Campo Grande (MS).
Marcos Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor (39 anos)
- Preso em 2000, já tinha duas condenações por chefiar o tráfico de drogas no Morro dos Prazeres. De dentro de Bangu 1, ordenou o assassinato de uma estudante de classe média. Condenado por homicídio qualificado em 2003, suas penas somam 19 anos. Também foi para Porto Velho (RO).
Isaías Costa Rodrigues, o Isaías do Borel (47 anos)
- Condenado a 46 anos e cinco meses por crimes como tráfico de drogas e homicídio qualificado, chefiava o Morro do Borel até ser preso, em 1992. Foi para Porto Velho.
Amigos dos Amigos (ADA)Edmilson Ferreira dos Santos, o Sassá (39 anos)
- Preso em 2005, era apontado como o sucessor de Paulo César dos Santos, o Linho, que está desaparecido. Está preso no presídio de Mossoró (RN), desde março.
Tiroteios e exibição do poderio bélico dos traficantes marcaram o primeiro dia do cerco das forças de segurança ao conjunto de favelas do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. Oitocentos homens da Brigada Paraquedista do Exército e 300 agentes da Polícia Federal reforçaram a operação das Polícias Civil e Militar e da Marinha. Dois PMs, um militar do Exército e pelo menos seis civis foram baleados nos confrontos de ontem. A polícia calcula que pelo menos 500 bandidos estejam entrincheirados no Alemão cerca de 200 traficantes havia fugido da Vila Cruzeiro, na véspera. Um deles seria Fabiano Atanásio da Silva, o "FB", um dos chefes do Comando Vermelho (CV) na região.
Na Favela da Grota, os agentes ficaram a menos de cem metros de uma casamata que serviu de abrigo aos traficantes. Os criminosos provocaram os policiais aos gritos: "Vou meter bala!", berrou um deles. Os bandidos expunham e apontavam fuzis em direção a um grupo de fotógrafos que registrava as cenas na Avenida Itararé, via que cruza várias comunidades do Alemão, em desafio à investida militar. Quando viam que eram filmados, alguns bandidos debochavam da situação, colocando as armas para o alto e até simulando uma dança.
Moradores do Alemão relatam que centenas de traficantes, muitos com rosto pintado e roupas pretas ou camufladas, se escondem na favela da Grota, uma das 12 comunidades da região. Afirmam que, num vaivém de motos, traficantes gritam que pretendem explodir o teleférico que está sendo construído no complexo, dentro do programa de obras do PAC, e ameaçam atacar posto de saúde, repartições públicas e trens que circulam em linhas férreas próximas.
Por meio de redes sociais, moradores têm afirmado que haveria mais de dez corpos na Serra da Misericórdia, maciço no qual crescem as favelas dos Complexos do Alemão e da Penha. Na favela, os bandidos se comunicam via rádio e telefone. As conversas são monitoradas por policiais dentro da base das operações montadas no batalhão próximo ao local.
Pela manhã, o Exército controlou as entradas do Alemão com soldados e blindados. Durante todo o dia, helicópteros da polícia sobrevoavam as 18 favelas do complexo. A forte presença policial e militar na região visa intimidar os traficantes. Trata-se de uma ação psicológica. "Queremos mostrar nossa força e deixá-los com medo. Quanto mais tempo eles ficarem encurralados lá dentro, temendo nossa entrada, é melhor. Isso os desestabiliza. Queremos fritar os seus neurônios", disse um oficial da PM.
O subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança do Rio, Roberto Sá, afirmou que os acessos ao Morro do Alemão estão interditados para evitar a fuga de criminosos. Segundo ele, a polícia carioca planeja invadir o complexo.
Baleados
Entre os civis baleados no Alemão estão uma criança, duas senhoras de idade e um jornalista. A criança se chama Giovana Isabela da Penha Vasconcelos, de 3 anos. Ela estava dentro de casa quando levou um tiro de raspão no braço esquerdo, mas já teve alta.O fotógrafo Paulo Whitaker, da agência de notícias Reuters, levou um tiro no braço esquerdo na altura do ombro no Morro da Grota e foi transferido para o Hospital Pasteur, no Méier.
Segundo o hospital, o ferimento não é grave, mas ele passaria a noite internado por estar com pressão alta. Além deles, Luiza de Moraes, 61 anos, e Eliane de Almeida Machado, 62 anos, foram alvejadas por balas perdidas e continuavam internadas.
A festa da direita brasileira com a vitória de Trump: o que esperar a partir do resultado nos EUA
Trump volta à Casa Branca
Com Musk na “eficiência governamental”: os nomes que devem compor o novo secretariado de Trump
“Media Matters”: a última tentativa de censura contra conservadores antes da vitória de Trump
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião