Uma ação inédita da Polícia Federal (PF), Força Nacional de Segurança (FNS) e Depertamento Estadual de Narcóticos (Denarc), batizada de Operação Tocaia, resultou na prisão de 26 pessoas acusadas de pertencer a uma quadrilha de tráfico internacional de drogas, 17 delas na manhã de ontem. Os presos, entre eles empresários, são mentores de um grupo que aliciava "mulas" do tráfico pessoas contratadas para transportar drogas e distribuía maconha e crack adquiridos no Paraguai para cidades das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil. A maior parte das prisões, um total de 14, foi feita na Região Oeste, nas cidades de Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Missal, Santa Helena e Cascavel. A polícia prendeu os demais membros do grupo em Curitiba, Monte Carmelo, Patrocínio e Varginha (MG), Penápolis (SP) e Itabuna (BA). A maioria dos presos foi abordada dentro de casa. Os nomes não foram divulgados.
As primeiras prisões e apreensões começaram a ser feitas há 11 meses, quando os policiais iniciaram o monitoramento da quadrilha a partir de informações obtidas pelo Denarc. Nesse período, que antecedeu a ação de ontem, foram apreendidos em posse do grupo cerca de 12 toneladas de maconha, 2,6 quilos de crack, 14 veículos e quatro armas de fogo. Os policiais fizeram o trabalho com posse de 33 mandados de prisão expedidos pela Justiça e 23 de busca e apreensão. Atuaram na operação 108 policiais federais, 50 agentes da FNS e 50 policiais civis da Denarc. Foram usadas 55 viaturas e cães farejadores.
O delegado da PF, Marco Smith, diz que a quadrilha se dividia em três núcleos: um responsável pela travessia da droga pelo Lago de Itaipu, outro pelo transporte que também preparava carros com fundos falsos e um terceiro se encarregava da distribuição. "Eles seriam de um escalão superior do tráfico", diz Smith. As remessas da droga, vindas do Paraguai, eram enviadas ao Brasil via Lago de Itaipu por brechas existentes próximo aos municípios de Santa Helena, Missal e Entre Rios do Oeste. A travessia por barcos, com capacidade para transportar até 1,5 tonelada de maconha, é feita à noite e dura cerca de cinco minutos de um país a outro.
O chefe do Denarc em Foz do Iguaçu, delegado Renato Coelho de Jesus, diz que esta foi a primeira operação policial integrada na fronteira. "Não foi uma operação conjunta para cumprir mandados. Trabalhamos durante a investigação inteira." Os presos irão responder por tráfico internacional de drogas e associação ao tráfico.
A maconha é a droga mais apreendida na fronteira. Até setembro deste ano foram retiradas de circulação cerca de 47 toneladas de maconha na região de Foz do Iguaçu por meio da Operação Sentinela. O número triplicou em relação ao total apreendido no ano passado, 15 toneladas.
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