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Os trabalhadores da Polícia Civil de São Paulo decidirão no dia 4 de setembro se voltam ou não à greve, que paralisou na última quarta-feira o funcionamento das delegacias no Estado. Representantes da categoria se reuniram nesta quarta no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) com representantes das secretarias estaduais da Gestão e da Segurança Pública (SSP). Os policiais querem reajuste salarial de 58%. O governo defende que precisa, antes de propor um reajuste, reestruturar as carreiras policiais.

Com a mediação do assessor econômico do Tribunal, Pedro Jorge de Oliveira, ficou decidido que o governo terá até o dia 29 para apresentar à Justiça uma proposta de reajuste, a ser discutida com a categoria. No dia 4, sairá a proposta final e a categoria se reunirá para decidir se retoma ou não a greve. "Se discordarmos do governo, não teremos outro caminho a não ser a greve", afirmou o presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado (Sipesp), João Rebouças. "Não queremos mais propostas, mas um índice de reajuste". Caso não haja acordo, caberá à Justiça do Trabalho agendar um julgamento para decidir o índice de reajuste da categoria.

Rebouças reclama que nos últimos anos a categoria teve gratificações no lugar de reajustes. "Gratificação não é salário. Não vale para o aposentado ou pensionista", disse. Segundo o presidente da Associação dos Delegados do Estado de São Paulo (Adpesp), Sérgio Roque, de 2003 a 2007, foi concedido reajuste de 18% à categoria. "De 1997 a 2000 e em 2003, 2006 e 2007 não tivemos qualquer reajuste", afirmou Roque.

A Secretaria de Gestão rebate dizendo que, de 1998 a 2008, houve variação positiva de 117% na folha de pagamento da SSP. E que, nos últimos 15 anos, o menor salário de policial teve aumento real de 57,79%. O governo informa ainda que, se aprovado projeto para reestruturar as carreiras da área da segurança, diminuindo o número de classes, haveria aumento de até 27,9% para trabalhadores da SSP. De acordo com a Secretaria da Gestão, o Estado está incorporando gradativamente gratificações aos salários dos funcionários públicos. No ano passado, foi incorporada ao salário-base dos policiais a Gratificação por Atividade Policial (GAP).

Visita

O assessor econômico do TRT Pedro Jorge de Oliveira e um procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) irão na terça-feira à Secretaria da Gestão para colher informações sobre a política de investimentos e de remuneração do governo. Segundo a assessoria do TRT, a visita é de praxe quando envolve categorias que prestam serviços essenciais. A reunião tem como objetivo conhecer de perto a situação do governo e ajudar de forma mais efetiva a categoria e o Estado a entrarem em um acordo.

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