A crise financeira no estado compromete a participação da Polícia Civil na Operação Verão da Secretaria de Segurança Pública (Sesp). Fontes ouvidas pela reportagem confirmam que a Divisão Estadual de Narcóticos (foto), o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), o Serviços de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) e o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) devem abandonar a operação.
Investigadores escalados para a nova etapa no Litoral, programada para começar amanhã, foram comunicados do cancelamento da viagem. O suposto motivo: falta de verbas para as diárias. A delegada titular do Sicride, Iara Laurek Dechiche, confirmou a suspensão dos trabalhos. "Recebemos a ordem para a gente não ir mais a partir de amanhã".
As equipes do Nucria, que trabalham com o Sicride, também deixam a operação. O delegado Luiz Aberto Cartaxo, coordenador da Operação Verão, afirma que unidades especializadas podem ter redução no esforço concentrado. "A Operação Verão continua normalmente, mas estamos estudando como conter a descida de algumas unidades especializadas."
Segundo a Sesp, a "descida" de policiais segue normal, havendo apenas trocas de efetivo a primeira turma da Polícia Civil deixou o Litoral entre segunda e terça-feira e novos policiais já estariam a caminho. O delegado-chefe da Polícia Civil, Julio Cezar dos Reis, não quis comentar. Por meio da assessoria de imprensa, repetiu que a Operação Verão continua normal.
Policiais civis que foram ou ainda estão no Litoral permanecem sem receber as diárias para alimentação e hospedagem. Policiais militares e bombeiros aguardam as diárias de R$ 180. Segundo apurou a Gazeta do Povo, só os valores devidos à PM e aos bombeiros passariam de R$ 145 mil. Alguns policiais estão sendo ameaçados de despejo dos locais onde se acomodaram, diante da falta de espaço nos batalhões e quartéis nas cidades litorâneas.
A Sesp informou ter autorizado a Secretaria de Estado da Fazenda a pagar as diárias atrasadas, o que deve ser feito "nos próximos dias", segundo nota oficial. Segundo Cartaxo, as diárias da Polícia Civil também não foram pagas. "Devem ser depositadas na segunda-feira."
Concentração
Iniciada dia 19 de dezembro, a Operação Costa Leste acaba em 22 de fevereiro, com reforço policial em todo o Litoral. Do interior, segundo o governo do Paraná, saíram 18 delegados, 35 escrivães, 98 investigadores, quatro policiais administrativos e três papiloscopistas para cidades litorâneas. Vinte viaturas foram do interior para o Litoral.
Já a operação Costa Oeste, em municípios com balneários de água doce, tem quatro delegados, quatro escrivães e 12 investigadores. Com a Polícia Militar, são mais de 3 mil agentes de segurança nessas operações.