A Polícia Civil do Estado de São Paulo deve ouvir, entre terça-feira (2) e a quarta-feira (3), os oito policiais militares presos administrativamente na Corregedoria da PM. O objetivo é apurar as circunstâncias da execução de dois jovens na rua Belisário de Sousa, no Brás, centro de São Paulo, na madrugada de 16 de março. A informação é do delegado divisionário do Departamento de Homicídios da Polícia Civil, Itagiba Franco.

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Nas imagens veiculadas pelo programa Fantástico, da Rede Globo, no domingo (31), dois homens chegam de motocicleta ao local onde três jovens estavam sentados, descem sem remover os capacetes e disparam contra eles, matando um adulto e um adolescente de 14 anos. Uma terceira pessoa conseguiu fugir.

Imagens gravadas por outra câmera de segurança na mesma rua mostram uma viatura da Polícia Militar numa esquina a cerca de 50 metros do local no mesmo horário do crime. Segundos após os suspeitos irem embora, o carro da PM passa lentamente em frente aos jovens baleados.

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No boletim de ocorrência, registrado às 2 horas da manhã, policiais militares afirmam que encontraram os corpos das duas vítimas por volta da 1 hora da manhã. Ambos tinham, segundo o boletim, ferimentos causados por arma de fogo nas costas e no rosto.

O delegado afirma que, numa análise preliminar do vídeo, a proximidade do veículo de patrulha da PM com o local onde ocorreu o duplo assassinato "dá a impressão de que a viatura deu cobertura para as pessoas na moto". Os oito PMs ficarão em prisão administrativa durante a investigação do caso.

Outro objetivo neste momento, diz Itagiba, é tentar localizar e identificar o sobrevivente. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.

A Polícia Militar afirmou, em nota divulgada à imprensa, que "assim que tomou conhecimento dos fatos no sábado (30) adotou providências imediatas para apurar as circunstâncias da ocorrência".