Veja a destruição provocada por sem-terras na fazenda de Borebi
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A Polícia Civil de Borebi, no interior de São Paulo, instaurou inquérito nesta quarta-feira (7) para apurar a prática de esbulho possessório (invasão de propriedade), formação de bando ou quadrilha, furto e dano na fazenda Santo Henrique, invadida por oito dias pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e devolvida à Cutrale pela manhã após ação de reintegração de posse pacífica acompanhada pela Polícia Militar.
O delegado responsável pela delegacia de Borebi, Jader Biazon, disse ao G1 que a perícia realizada na tarde desta quarta-feira constatou, preliminarmente, a destruição de 12 mil pés de laranja, 28 tratores e implementos agrícolas, além de furto de móveis e eletrodomésticos das casas de cinco colonos, combustível e material químico usado no cultivo de lavouras.
"É com muita tristeza que a gente ve o que foi feito lá. Implementos e maquinários agrícolas foram todos destruídos. Não tem um trator que não ficou destruído. Foram subtraídas peças valiosas. Os implementos agrícolas foram todos danificados. Os produtos de maior valor foram todos furtados. Foram danificados mais de 12 mil pés de laranja. O levantamento até o presente momento já é mais de R$ 1 milhão de prejuízos causados. As casas de cinco caseiros, pessoas humildes, foram subtraídas", afirmou.
Em oito dias, a Polícia Civil de Borebi registrou quatro boletins de ocorrência relacionados com a invasão da fazenda. Segundo o delegado, todos os fatos serão centralizados em um único inquérito e uma equipe especial será destacada para a investigação. Ele considera que não será possível concluir o inquérito em 30 dias, dado o extenso número de pessoas a ouvir. Biazon cogita pedir a prisão preventiva ou temporária de envolvidos na medida em que a polícia dispuser de provas.
"Tudo o que você pode imaginar de vandalismo foi realizado naquele local. Aquilo ali é um exemplo do que não pode ser feito em uma propriedade", afirmou.
Apesar do cálculo feito pelo delegado, o gerente de produção da fazenda, do grupo Cutrale, Claudinei Ferreti, disse que só deverá concluir a tabulação dos prejuízos em três dias. De acordo com ele, todos os tratores foram quebrados por meio de uma manobra que consiste em colocar terra dentro do motor e deixá-lo ligado até fundir.
Para ele, no entanto, a maior perda foi o tempo gasto em árvores que acabaram arrancadas pelos invasores. "O que mais lamentamos é a perda de pés de laranja com cinco anos de idade e em plena produção", afirmou Ferretti.
A empresa pretende retomar ainda nesta quarta-feira a produção, com parte dos colonos que foram expulsos pelos sem-terra na semana passada. Na próxima semana, todos os 400 funcionários deverão ter retornado ao trabalho. "Queremos trabalhar e voltar ao ritmo de antes", disse Ferreti.
Saída do MST
Após negociar com a Polícia Militar, o Movimento dos Sem-Terra (MST) deixou por volta das 10h15 desta quarta-feira (7) a fazenda que foi invadida por 250 famílias em 28 de setembro. A saída foi pacífica. A PM estava no local desde as 5h para cumprir o mandado de reintegração de posse de terra autorizado pela Justiça.
Cerca de 85 homens da Polícia Militar acompanharam a retirada em frente à fazenda. Os invasores saíram em cinco caminhões e 30 carros. Muitos levaram objetos pessoais.
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa do MST disse que alguém da direção nacional ia ligar para falar sobre a destruição causada, o que não aconteceu até o momento.
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