Policiais civis de todo o Paraná paralisam os trabalhos hoje para protestar por melhorias salariais e de trabalho. Das 8 às 18 horas, apenas 30% do efetivo da Polícia Civil atenderá o público nas delegacias. A paralisação é organizada pelas três principais entidades da classe no estado: Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol) e União da Polícia Civil do Paraná.
Às 14 horas, os policiais farão um ato em frente das delegacias para esclarecer a população sobre as condições de trabalho dos policiais. No mesmo horário, haverá uma caminhada no Centro Cívico com carro de som. Os policiais passarão pela Assembleia Legislativa e pelo Palácio das Araucárias, atual sede do governo do estado. Durante a manifestação no Centro Cívico também será definida a data da assembleia para consultar a classe sobre a possibilidade de greve. Há duas semanas os policiais civis já estão em indicativo de greve.
O presidente do Sinclapol, André Luiz Gutierrez, informa que na manifestação no Centro Cívico serão apresentados números sobre a segurança pública no estado que não condizem com o que o governo vem apresentando. "A Secretaria de Segurança Pública apresenta números satisfatórios, mas o volume de ocorrências é tão grande que a polícia não consegue nem abrir inquéritos para a maioria. Só na última sexta-feira foram cem boletins de ocorrência na Delegacia de Furtos e Roubos. Falta evetivo", argumenta. Estimativa das entidades policiais aponta para a necessidade de se dobrar o efetivo de 3,5 mil policiais civis no Paraná.
Na questão salarial a reivindicação é de reposição das perdas e isonomia salarial com a Polícia Militar. "A PM teve reposição de 217% no governo Requião, enquanto que a Civil teve apenas 51%", argumenta Gutierrez.
A manifestação também vai exigir mais estrutura de trabalho para os policiais. A principal reclamação nesse quesito é relativa à superlotação de presos nos distritos. "Preso não tem que ficar na delegacia, tem que ir para o sistema penitenciário. Do contrário, o policial deixa de ir para rua investigar para ficar cuidando da carceragem", argumenta o presidente do Sinclapol.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública preferiu não se pronunciar sobre a paralisação.
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