Três jabutis, uma tartaruga americana, uma cobra naja africana, um gavião e um macaco foram levados nesta quinta-feira (3) para a 17º DP (São Cristóvão), que investiga há três meses o desaparecimento de animais do jardim zoológico do Rio.
Os bichos foram apreendidos na manhã desta quinta-feira, durante o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão na casa de funcionários da Fundação RioZoo. As investigações começaram depois que alguns funcionários procuraram a delegacia para denunciar o furto dos animais.
A ação, batizada de ‘Operação Piton’, começou pela manhã e mobilizou policiais da 17º DP, com o apoio de outras dez delegacias da cidade. De acordo com o delegado assistente André Neves, os funcionários que mantinham os animais em casa serão indiciados pelos crimes contra a fauna.
“Inicialmente estou indiciando estes funcionários por crime contra a fauna, um crime ambiental, pois os animais não poderiam estar da forma que estavam na casa destas pessoas. Agora, vamos apurar se os animais encontrados realmente pertenciam ao zoológico. Se ficar comprovado, eles serão indiciados também por furto”, disse o delegado, afirmando que a investigação descobriu apenas uma pequena parte de um grande esquema de tráfico de animais:
“Ficamos assustados ao longo das diligências no zoológico com a quantidade de funcionários que vieram conversar sobre os roubos que acontecem há anos no local. Todos afirmam que sabiam do esquema, mas tinham medo de denunciar. Há indícios também do furto dos alimentos dos animais, que também estamos investigando. Possivelmente os animais foram retirados do zoo para serem vendidos no mercado negro. Há indícios, inclusive, de que alguns animais não estavam sendo devidamente catalogados.
Ainda de acordo com o delegado, o furto dos 24 jabutis e das três cobras foi praticado por pessoas que trabalham no local, uma vez que o espaço onde os animais ficavam não foi arrombado. Ele não divulgou o nome dos indiciados.
“Simularam um arrombamento, mas descobrimos que as portas foram abertas com as chaves, e fizeram apenas uma bagunça depois para fingir que o local havia sido arrombado. Ainda não sabemos a dimensão deste esquema criminoso. Chegamos nestes oito nomes por meio das diligências, mas ainda estamos investigando a participação de mais gente. Como disse, estamos descobrindo, por enquanto, a ponta de um grande iceberg”, disse o delegado.
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