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Cinco dias após a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) ser transformada praça de guerra, a Polícia Civil identificou 12 dos envolvidos no quebra-quebra na universidade. Segundo o delegado titular da 18ª DP (Praça da Bandeira), Marcus Neves, eles foram reconhecidos pelas imagens que a Uerj cedeu às autoridades: nove deles são alunos da graduação, e três são moradores da Mangueira. Todos serão indiciados pelo crime de dano ao patrimônio, associação criminosa e lesão corporal. Somadas as penas, cada um pode ser condenado a até 15 anos de prisão.

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De acordo com o delegado, que não revelou o nomes dos indiciados, mais dezoito pessoas devem ser identificadas até o final do inquérito, previsto para ser concluído no final deste mês. Marcus diz que no grupo há dois professores da Uerj. Todos os alunos e docentes que foram reconhecidos nas imagens são ligados aos departamentos de História, Geografia e Filosofia.

“Até a conclusão do caso, trinta pessoas serão incluídas no inquérito, que será encaminhado ao Ministério Público. O projeto de todos eles é destruir o patrimônio público e implantar uma anarquia dentro da universidade. É uma loucura o que estão pretendendo fazer”, disse o delegado, acrescentando que o caso ainda está em andamento.

Ele defendeu a ação dos seguranças, acusados por estudantes de agirem com violência. “Neste último grupo de 18 pessoas, uma delas deve responder por tentativa de homicídio, pois tentou agredir um dos seguranças com uma barra de ferro. Não houve abuso dos seguranças. Eles agiram para se defender”.

DCE: violência dos dois lados

Já os alunos da universidade exigem que os seguranças sejam punidos. Integrante do grupo de comunicação do Diretório Acadêmico da Uerj, Samuel Costa afirmou que tanto os estudantes quanto os seguranças agiram de forma violenta.

“Na hora em que cheguei à Uerj vi alunos atirando pedras em direção aos seguranças, que revidavam jogando de volta. Eu filmei com o celular e fui agredido verbalmente. Outros apanharam de agentes da Uerj, que agiram com muita brutalidade”, disse Samuel, completando. “Algumas pessoas estavam chegando para as aulas no período noturno e foram recebidas com jatos de água”.

Ele afirmou também que os alunos não atiraram bombas em direção à faculdade. “Eu acompanhei o protesto inteiro, pensando mesmo em uma cobertura. A única bomba que vi atirada dentro da universidade partiu da polícia”.

Samuel contou que ainda não retornou à universidade desde o episódio. “Confesso que estou preocupado com o que vai ocorrer nas próximas semanas. Não sei se haverá mais conflitos”.

Clima de tensão permanece

As marcas da destruição ainda estão presentes na Uerj. Na entrada do Pavilhão João Lyra Filho, de frente para Rua São Francisco Xavier, portas e vidros estão cercadas por tapumes e fitas de isolamento. Dentro do prédio, o panorama é parecido. A escada que dá acesso ao primeiro andar está interditada. Alunos relatam que, desde quinta-feira, é impossível ficar indiferente ao conflito entre estudantes e seguranças.

“Para minha sorte, não estava aqui no momento da invasão na quinta-feira. Algumas amigas foram atingidas com jatos de água e ficaram no meio da confusão. Confesso que estou com medo de que ocorra mais manifestações, e eu acabe me machucando”, contou uma aluna que preferiu não se identificar. “Na sexta-feira, fiquei pensando se deveria vir ou não. Nunca pensei que veria cenas de guerra dentro de um local onde deveríamos aprender”.

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