A polícia descarta a hipótese levantada pelo advogado da família do empresário Arthur Sendas, morto na madrugada de segunda-feira (20), de que o crime possa ter sido encomendado. Em reportagem publicada em "O Globo" desta quarta-feira (22), Nilo Batista argumentou que ninguém vai pedir dinheiro ao patrão, como alegou o principal suspeito do crime, com uma pistola automática com bala na agulha e o cão puxado.
O motorista da família Roberto Costa Júnior está preso pelo crime e deve ser indiciado por homicídio doloso - quando há intenção de matar.
"Temo pela vida dele [Roberto]. Só posso dizer até agora que ele sabia que não ficaria desempregado", disse o advogado a "O Globo", referindo-se ao fato de que João, neto de Sendas, para quem Roberto dirigia, ter se mudado para os Estados Unidos.
Segundo o delegado Rafael Menezes, da 14ª DP (Leblon), se o advogado tem alguma informação que o faça acreditar nessa hipótese, que a apresente na delegacia.
A delegada Bianca Araújo, também da 14ª DP, informou que a polícia pretende ouvir na manhã de quinta-feira o chefe da empresa de segurança da família, o representante do condomínio e um representante do grupo Sendas. Ela disse que há possibilidade de a família de Sendas ser ouvida em casa.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) descarta qualquer possibilidade de que o disparo tenha sido acidental, como alegou o suspeito. Segundo a polícia, o tiro foi dado a uma curta distância.
De acordo com peritos, Arthur Sendas tentou se proteger levando a mão ao rosto. O tiro atingiu um dedo e a cabeça da vítima. O corpo do empresário foi enterrado na tarde de terça no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
O motorista Roberto Costa Júnior, de 28 anos, suspeito de ter assassinado o empresário, alega que o disparo foi acidental. De qualquer maneira, de acordo com a polícia, ele foi indiciado por homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Se condenado, ele poderá pegar até 30 anos de prisão.
A polícia considera concluídas as investigações sobre a morte do empresário. Ainda de acordo com a polícia, Roberto Júnior passava por dificuldades financeiras.