Um plano de resgate de detentos da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP) foi descoberto pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e três suspeitos foram detidos. Segundo as investigações, o grupo pretendia explodir um dos muros do presídio para permitir a fuga dos presos, provavelmente durante o banho de sol.
Assim que receberam informações sobre o planejamento da quadrilha, o setor de inteligência do Cope iniciou a investigação. Na sexta-feira (24), com a denúncia de que o plano estava avançado e que o grupo venderia drogas para levantar dinheiro para consumá-lo, foi montada uma operação, explicou o delegado Rodrigo Brown.
Em um posto de combustíveis na BR-116, em São José dos Pinhais, três homens foram presos em flagrante negociando entorpecentes. “Deslocamos para a residência deles, onde foram localizados mais drogas, dinheiro e o artefato explosivo pronto para ser usado”, contou o delegado.
Foram apreendidos 80 quilos de maconha, R$ 7 mil. O artefato consistia em uma garrafa pet cheia de emulsão explosiva, envolta por argila e com um pavio para a detonação. “Esse dispositivo já estava pronto, apenas seria colocado no muro e detonado, enquanto outros integrantes da quadrilha fariam a defesa dos marginais usando armas de grosso calibre, como fuzis e pistolas”, comentou Brown.
No celular de um dos presos, que foi apreendido, os policiais encontraram uma troca de áudios com um homem ainda não identificado, que aguardava o resgate. O preso fala em “fazer o que diz nossa cartilha, o que diz nosso lema, fortalecer o crime. É isso que vocês estão fazendo”; e ainda comenta que “hoje vai ser um dia de sorte pra nós, um dia de glória”.
As mensagens também falam em escolher o melhor lugar para colocar o explosivo. “Saber em qual guarita se posicionar, o que tem que fazer”.
Investigações
O trabalho de investigação continua para identificar outras pessoas envolvidas no esquema. Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, Wagner Mesquita, foi instaurado um procedimento administrativo disciplinar e um inquérito policial para avaliar se houve a participação de agentes públicos no plano.
O secretário afirmou ainda que estão sendo finalizadas pesquisas para determinar as tecnologias mais adequadas para bloquear o sinal dos aparelhos celulares no sistema prisional. “Esse bloqueamento tem que ser de uma forma que não venha a trazer prejuízos para a sociedade e seguindo os ditames da lei, no que se refere a licitações”, destacou.
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