O jogador do Flamengo Éverton Silva prestou depoimento na tarde desta terça-feira (1º) na 33ª DP (Realengo) sobre o seu envolvimento em uma briga de trânsito, no domingo (30), após sair de uma boate em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Segundo o delegado Angelo Lages, o atleta confessou que não possui habilitação e, por isso, será indiciado por dirigir sem carteira e por fuga de local de acidente.
"Ele confessou que ingeriu bebida alcoólica e disse ainda que chegou sozinho na boate. Ou seja, era ele quem estava dirigindo", concluiu o delegado. De acordo com Lages, o depoimento do jogador "foi bastante elucidativo" sobre o comportamento do policial militar que, segundo Éverton, "teria efetuado disparos de arma de fogo, se apropriado de um aparelho de som de um Palio, envolvido no acidente, e ameaçado as partes (pessoas envolvidas)", disse Lages.
O advogado do jogador foi procurado pelo G1,mas não retornou as ligações.
O delegado acrescentou que vai requisitar as imagens das câmeras da boate e ouvir os donos e seguranças do estabelecimento para concluir o inquérito. "Vamos ouvir todos os envolvidos para esclarecer o que houve. Temos 30 dias para concluir o inquérito", disse.
De acordo com a polícia, a confusão começou quando um carro bateu na traseira do veículo do jogador na Estrada do Catonho, em Jacarepaguá. Um terceiro carro, que vinha em seguida, não conseguiu frear e atingiu o carro que bateu no veículo de Éverton.
Ainda segundo o relato da polícia, dois PMs estavam neste terceiro carro. Um deles desceu do veículo armado e apontando a arma para a cabeça do jogador e dos outros envolvidos no primeiro acidente, perguntou quem era o dono do carro com que ele tinha acabado de colidir. Com receio, os jovens se negaram a dizer quem era o proprietário.
PM atira três vezes
Revoltado, o PM atirou três vezes contra o veículo em que bateu e levou o aparelho de som, alegando que o equipamento seria para ressarcir o seu prejuízo. Um dos ocupantes do segundo carro ligou para a Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), que foi até ao local.
O delegado Angelo Lages afirmou ainda que, de acordo com relatos de testemunhas, ao perceber a chegada da PM, o lateral direito teria fugido do local do acidente.
Na época, advogado negou versão
No domingo (30), o advogado do jogador, Diogo Souza, foi procurado pelo G1 e negou a versão da polícia. Na ocasião, Souza explicou que seu cliente estava acompanhado de um amigo, e que parou o carro na Estrada do Catonho para ajudar um primo que estava com problemas em seu veículo. Ao ter o carro atingido, o amigo do jogador ligou para um reboque.
Segundo o advogado, quando houve o segundo acidente, o carro de Éverton já estava em cima do reboque. Ao escutar os tiros, o jogador foi embora sozinho no reboque.
"Ele ficou com muito medo de ser atingido por uma bala perdida. Como o carro dele já estava em cima do reboque, ele foi embora. Não sei se o Éverton está com a carteira de motorista vencida. O que posso dizer é que essa pessoa que o acompanhava é que estava dirigindo o seu veículo", afirmou Diogo Souza.
PM é preso por colega de farda
Assim que a PM chegou ao local do acidente, um policial da DPJM deu voz de prisão ao colega de farda. O PM foi encaminhado para a 33ª DP (Realengo). O delegado Angelo Lages explicou que o policial foi atutuado pelos crimes de disparo de arma de fogo em local público, dano patrimonial e roubo qualificado. Segundo Lages, os crimes podem render até 18 anos de prisão.
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