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Em meio a gritos de "assassino" de algumas pessoas que acompanhavam a cena, Saílson José das Graças, de 26 anos, que afirmou à polícia ter assassinado 43 pessoas nos últimos nove anos, foi transferido no fim da tarde desta sexta-feira para a Divisão de Capturas da Polícia Civil (Polinter), na zona norte do Rio. Após passar pelo Instituto Médico Legal, o homem seria levado ainda hoje para um presídio. A Polícia Civil afirma já haver indícios de pelo menos sete assassinatos: quatro por encomenda, dois que ele afirmou ter cometido "por prazer" e o de um garoto de dois anos, o único do qual disse estar arrependido.

A Polícia segue tentando confirmar se Saílson matou a quantidade de pessoas que relatou. Segundo o delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, Pedro Medina, ao menos 10 policiais estão trabalhando no caso para cruzar depoimentos do homem com ocorrências antigas. Em novo depoimento hoje, o assassino falou sobre uma mulher que sobreviveu. Ele teria tentado enforcar a vítima três vezes, mas, como ela ainda resistia, desistiu. Ao divulgar o fato à imprensa, o delegado assistente da Divisão, Marcelo Machado, afirmou esperar que ela comparecesse à delegacia, em Belford Roxo, na Baixada.

Quando os policiais tiraram Saílson da delegacia, às 17h, Machado foi junto. Ele afirmou que continuaria colhendo depoimento do homem até o fim do dia e, possivelmente, também no fim de semana. "Ele só será liberado para a Seap (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária) quando terminar a série de depoimentos que tem de prestar", disse o delegado.

Uma mulher que contou ter sobrevivido em 2012 a um ataque de Saílson foi à delegacia. Cíntia Ramos Messias é filha de José Messias, que foi preso em flagrante com Saílson na terça-feira pelo assassinato de uma mulher - foi após essa prisão que o homem afirmou ter cometido os 43 assassinatos. Cíntia disse aos policiais que teve a morte encomendada pelo pai e a ex-esposa dele, Cleusa Balbina, que morava com Saílson e José e também foi presa na terça. Segundo a polícia, era Cleusa a mandante de quatro crimes dos quais já há indícios de participação de Saílson.

Exibindo cicatrizes das facadas que levou, a vítima afirmou que José e Cleusa encomendaram sua morte para ficar com a guarda de sua filha. "Ele (Saílson) colocou a faca nas minhas costas, na porta de casa. Me levou para um terreno baldio e me deu facadas no peito. Fiquei de 5h30 até 7h lá até alguém me achar e chamar o socorro", disse. O titular da Divisão de Homicídios da Baixada voltou a tentar justificar o fato de Saílton ter passado tanto tempo incólume, somente com prisões por furto e roubo, caso se confirmem os 43 assassinatos. "O criminoso nunca foi descoberto pelo lapso temporal e também por serem casos distribuídos por algumas distritais, como Duque de Caxias, Belford Roxo e Nova Iguaçu", disse Pedro Medina.

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