Um pente-fino será realizado em hospitais e clínicas de todo o Paraná, a fim de descobrir de onde vieram os ossos encontrados com os irmãos Kléber Barroso Cavalca, de 42 anos, e Carlo Keith Barroso Cavalca, de 37,, em Londrina, na terça-feira (3) . O trabalho será realizado Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Paraná e o Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa).
Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (4), a delegada do Nucrisa, Sâmia Coser, disse que há suspeita da participação de médicos e de funcionários de hospitais e de clínicas do estado no banco de ossos clandestino. A polícia acha mais provável que o material ósseo tenha sido retirado de pessoas vivas durante operações e transplantes. Não está, porém, descartada a participação de órgãos funerários.
Há indícios de que os irmãos, que foram presos, comercializavam ossos clandestinamente desde 2004, mas as investigações começaram em abril deste ano. Denúncias chegaram à Anvisa depois de um congresso realizado no interior de São Paulo, no qual os dois londrinenses se apresentavam como representantes de um banco de ossos da Santa Casa de Londrina.
Em nota, a Santa Casa afirmou que o nome do hospital foi usado indevidamente e que "nunca autorizou qualquer pessoa ou empresa a usar sua imagem ou nome para o fim de armazenar ou comercializar tecidos ósseos".
O hospital esclarece ainda que, em 2004, assinou, com a empresa Banco de Ossos S/S Ltda, um protocolo de intenções objetivando o credenciamento de serviços de banco de ossos. "O processo de credenciamento obteve parecer favorável da Vigilância Sanitária e do gestor municipal. Contudo, recebeu parecer contrário da Central Estadual de Transplantes do Paraná, sob alegação de não haver necessidade de mais um serviço do tipo, considerando que o Brasil, na época, contava com dois bancos de ossos, sendo um deles em Curitiba", diz a nota.
A investigação chegou também a uma terceira pessoa envolvida no esquema, que faria as entregas dos materiais em Londrina. O suspeito não foi preso por ter colaborado com as investigações.
Entenda o caso
Dois irmãos foram presos por tráfico e comércio de órgãos, na terça-feira (3), em Londrina. Eles mantinham ossos humanos em uma casa no Jardim Cláudia, zona sul. Segundo a Polícia Civil, a dupla abastecia, via Correio, "mercados" de dentistas em várias partes do país.
Pequenos frascos com ossos eram vendidos por valores de R$ 180 a R$ 250. "Vendiam direto para dentistas e para um intermediário", detalhou a delegada, do Nucrisa, Sâmia Coser, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança.
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