Belo Horizonte - Com autorização da Justiça, a Polícia Civil de Minas Gerais iniciou ontem buscas no sítio do goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, em Esmeraldas (MG). Ele é, segundo a polícia, suspeito pelo desaparecimento da ex-namorada Eliza Silva Samudio, 25 anos. A polícia investiga uma denúncia anônima de que Bruno e mais dois amigos espancaram Eliza até a morte e ocultaram o corpo. A polícia não confirmou uma informação extra-oficial de que um corpo teria sido encontrado no sítio. Eliza está desaparecida há quase um mês.
Segundo a polícia, o filho dela, um bebê de quatro meses cuja paternidade o jogador não assume, ficou no sítio até a última sexta-feira, quando foi escondido por um amigo de Bruno, a pedido da mulher do goleiro, Dayanne Souza. A criança foi encontrada pela polícia em uma casa da periferia de Contagem (MG). Desde ontem, ele está sob cuidados do avô materno.
Ontem, Bruno foi afastado dos treinos do Flamengo e não vai viajar com os demais jogadores para Itu, interior de São Paulo. Para amigos, Bruno afirmou que está com a consciência tranquila. "Ainda vou rir muito de tudo isso, disse a eles.
De acordo com o vice-presidente jurídico do clube, Rafael de Piro, o afastamento do atleta não é uma punição, mas sim uma forma de deixá-lo à disposição da Justiça. O advogado Michel Assef Filho disse que Bruno "reza para Eliza aparecer. O defensor não soube explicar o motivo de a criança ter sido achada na sexta-feira com Dayane.
Intervenção
A cúpula da polícia mineira interveio no caso após a delegada responsável, Alessandra Wilke, ter rapidamente levantado fortes suspeitas sobre Bruno. Na ocasião, ela disse que "tudo indica que Eliza esteja morta. Ontem, o delegado Edson Moreira, chefe de Alessandra, disse que, enquanto não houver corpo, trata-se só de um desaparecimento. Segundo a polícia, "não é interessante ouvir Bruno agora.
Mas a polícia mantém a versão de que o depoimento de Dayanne, mulher do jogador, tem contradições. Ela chegou a negar em depoimento que o bebê de Eliza esteve no sítio de Bruno. Depois, disse que Eliza abandonou a criança no Rio, o que a levou a mandar o bebê para Minas. Dayanne chegou a ser detida, mas foi solta porque, segundo a polícia, não tem antecedentes.