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rio de janeiro

Polícia fecha fábrica clandestina de cerol para pipas

Em uma manobra rápida, agentes da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente Vítima passaram o “cerol” no maior comércio clandestino de linhas envenenadas para pipas do estado. Através de uma investigação que teve início com um acidente envolvendo um estudante, agentes localizaram uma fábrica de linha chilena, que funcionava em Duque de Caxias na Baixada Fluminense. O produto é quatro vezes mais cortante do que o cerol e funciona como “guilhotina”em acidentes envolvendo motociclistas ou até mesmo ciclistas. Segundo a delegada Cristiana Bento, seguindo o rastro das pipas, os policiais chegaram ao maior mercado consumidor do produto, no Mercadão de Madureira e de lá, à fábrica que funcionava no número 260 da Rua Paraíso, em Jardim Gramacho. No local, foram detidos 29 trabalhadores e 20 máquinas foram apreendidas. Só para retirar o produto estocado foi necessário um caminhão.

“Esta é a maior fábrica de linha chilena do estado. É um crime e uma grande irresponsabilidade porque acidentes com cerol podem ser fatais”, explicou Cristiana Bento.

De acordo com as investigações, a fábrica pertenceria a Marcelo José Vitier. No local, foram encontrados vários sacos de óxido de alumínio, com o nome de Marcelo como destinatário. Além disto, os empregados informaram que era ele o responsável por levar o produto produzido para revender no comércio.

“Os empregados contaram que trabalhavam de segunda a sábado e recebiam R$ 250 por semana pelo trabalho. Além da fabricação desta linha ser ilegal, também não havia mínimas condições de segurança de trabalho para a manipulação de produtos químicos. A maioria trabalhava de short e chinelos”, explicou a delegada.

Os policiais também detiveram um outro homem em um endereço na Vila da Penha, que também produziria linhas de cerol. As investigações começaram há cerca de dois meses, aproveitando o início das férias escolares.

“É nesse período que aumentam a venda de cerol e linha chilena e, consequentemente, também a incidência de acidentes. Principalmente porque quando a linha está esticada fica praticamente invisível aos olhos de quem passa, principalmente em velocidade, caso de ciclistas, skatistas, motociclistas”, comentou a delegada, que conseguiu três mandados de busca e apreensão na Justiça, com base na Lei 8137/90 (sobre crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo).

De acordo com a artigo 7º dessa lei, são impróprios ao uso e consumo: os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos. Na esfera administrativa não há, no momento, lei federal disciplinando a matéria, mas no Estado do Rio de Janeiro, no entanto, a Lei 3278/99, proíbe o uso de pipas com linha cortante em áreas públicas e comuns.

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