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Nesta terça-feira (20) a partir das 14h, a Polícia Federal (PF) colherá depoimento do influenciador digital Bruno Monteiro Aiub, o Monark. Na última quinta-feira (15), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a PF ouvisse o influenciador em até cinco dias – a decisão do ministro ocorreu no dia seguinte à sua ordem de censurar todos os canais que Monark usava para se comunicar na internet.
Em nenhuma das decisões proferidas, seja na ordem de censura, ou na determinação à PF para colher depoimento, o ministro especificou de quais crimes o apresentador é suspeito. Moraes apontou apenas que em um episódio do podcast Monark Talks no dia 5 de junho, no qual o apresentador entrevistava o deputado federal Filipe Barros (PL-PR), foram difundidas notícias falsas sobre a integridade das instituições eleitorais.
O trecho apontado por Moraes para explicitar a alegada “notícia falsa”, no entanto, consiste apenas em uma opinião do influenciador com críticas à Justiça Eleitoral, ao STF e ao próprio Alexandre de Moraes, o que objetivamente não configura crime. As declarações do apresentador ocorrem fora de período eleitoral e sem nenhuma menção a qualquer fato concreto que pudesse colocar em xeque as urnas eletrônicas, por exemplo.
“Por que ele [Supremo] está disposto a garantir uma não-transparência nas eleições? A gente vê o TSE censurando gente, a gente vê o Alexandre de Moraes prendendo pessoas, você vê um monte de coisa acontecendo, e ao mesmo tempo eles impedindo a transparência das urnas?”, disse Monark no trecho citado por Moraes na decisão de censura. “Você fica desconfiado, que maracutaia está acontecendo nas urnas ali? Por quê? Por que o nosso sistema político não quer deixar o povo brasileiro ter mais segurança? Qual é o interesse? Manipular as urnas? Manipular as eleições? É isso que eu fico pensando...”, encerra o trecho.