São Paulo A Polícia Federal prendeu em São Paulo, ontem, uma mulher apontada como a principal agenciadora de garotas para a prostituição no país. Segundo o delegado Flávio Luiz Trivela, Jiselda Aparecida de Oliveira, dona da Jiji Models, atuava há mais de 30 anos como cafetina e tinha uma lista com mais de mil mulheres que eram apresentadas como modelos, em books. As investigações começaram há seis meses e foram iniciadas depois de uma denúncia anônima.
Jiji foi uma das sete pessoas presas na Operação Afrodite, de combate ao aliciamento e tráfico de mulheres. O nome da operação remete à deusa grega Afrodite, que simbolizava amor, sexo e beleza.Segundo Wallace Lamim, do setor de análise de dados da PF, Jiselda se apresentou à polícia como artista plástica e dona de agência de modelos. A Polícia Federal vasculhou o ateliê que seria da agenciadora. Lamim afirmou que não há certeza de que Jiji é a autora dos quadros. Há suspeita de que ela pagava pessoas para fazer as pinturas e apenas assinava os quadros. Dessa forma, o negócio seria uma fachada para a atividade ilícita de cafetina.
Segundo a PF, Jiji chegava a cobrar de seus clientes, do exterior e do Brasil, de R$ 12 mil a R$ 15 mil por uma noite com uma das prostitutas. As mulheres eram também comercializadas em "pacotes" para a Europa, ao preço de 500 euros por dia. Pacotes onde elas eram sugeridas como acompanhantes tinham preços entre 500 e 1.500 euros para a Europa e de US$ 2 mil a US$ 3 mil para os Estados Unidos.
As fotos eram enviadas aos clientes por e-mail, que podiam indicar o perfil desejado, detalhando tipo físico, idade e cor dos olhos. Em alguns casos, eram indicados sites onde estavam as fotos. "É preciso cuidado para não difamar a profissão de modelo, mas existe muita prostituição nesse meio. As mulheres recebiam de 30% a 50% do valor cobrado do cliente e são de bom nível, muito bonitas", disse Trivela.
Além de Jiji, foram presos Raimundo Marcos Pereira e Claudine Luz, ambos acusados de recrutar mulheres para a prostituição. Os outros quatro detidos são Rogério Aparecido Rodrigues, Walisbalde José dos Santos, Glauber Gonçalves Santos e Elisângela Olímpio dos Santos.
Os sete presos vão responder pelo crime de formação de quadrilha, tráfico de mulheres, rufianismo (agenciamento) e por promover e intermediar o transporte de pessoas para a prostituição. Se condenados, podem cumprir pena de um a oito anos de prisão.
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