Atualizado em 19/10/2006, às 16h56
Oito pessoas foram presas em Curitiba nesta quinta-feira acusadas de integrar uma quadrilha especializada em fraudes contra a Previdência Social. A operação denominada "Anos Dourados" foi deflagrada pela Polícia Federal em quatro estados brasileiros: Paraná, Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul. O rombo nos cofres da Previdência, constatado pela PF, seria de R$ 200 milhões. Cerca de 100 pessoas fazem parte da quadrilha. No Paraná, as ações foram dirigidas para a capital. A PF cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e nove de prisão. Sete pessoas foram presas em Curitiba, um dos acusados foi detido no Rio de Janeiro e outro continua foragido. "Agentes da Polícia Federal estão no encalço deste que fugiu. Todos os detidos foram ouvidos e encaminhados para a carceragem da PF. Com base nos depoimentos, pudemos verificar que havia uma relação forte entre eles. Trata-se de uma quadrilha muito bem organizada que atuava em quatro estados", explicou o delegado-chefe da Delegacia Previdenciária da Polícia Federal no Paraná, Wagner Santana.
O objetivo da quadrilha era criar vínculos empregatícios fictícios para poder lucrar com o aumento no valor das aposentadorias. "Eles inventavam tempo de serviço para pessoas fraudando carteiras de trabalho. O interessado chegava a pagar até R$ 15 mil para contratar os serviços da quadrilha que ainda lucrava na hora de receber o benefício", explicou Santana.
Os documentos, carteiras de trabalho, livros de registro de funcionários e HDs dos computadores apreendidos vão ajudar a PF a colher ainda mais informações sobre os criminosos. Entre os presos em todo o país, estão servidores da Previdência, donos de cartórios, vereadores e assessores parlamentares.
Foram expedidos ao todo 96 mandados de prisão e 95 de busca e apreensão. Participam da operação 420 agentes da PF e 20 analistas da Previdência.