Foz do Iguaçu - Todos os veículos e pedestres que cruzam a fronteira do Brasil com a Argentina por Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, estão tendo de obedecer obrigatoriamente os trâmites do controle migratório. Em operação desde o início do mês, o sistema a cargo da Polícia Federal faz o registro de entradas e saídas de cada pessoa que passa pela Ponte Internacional Tancredo Neves. A fiscalização mais rigorosa possibilita também identificar e barrar foragidos da polícia e pessoas impedidas de ingressar no país.
Este é o primeiro ponto de fronteira brasileiro a contar com sistema migratório total, semelhante ao já usado em aeroportos e portos. Controle semelhante acontece do outro lado da ponte, na aduana de Puerto Iguazú. O que antes era exigido apenas na Argentina, também passou a ser cobrado do lado brasileiro. Dependendo do destino do viajante, os documentos aceitos são apenas a carteira de identidade ou o passaporte. Graças a um acordo local, é aceita a Carteira Nacional de Habilitação, desde que a circulação seja apenas entre os municípios limítrofes.
Mais que o controle migratório, o sistema ajuda a conter crimes transfronteiriços como o tráfico de drogas, de armas, de pessoas e o contrabando, garantindo maior segurança. O acesso ao banco de dados da Polícia Federal ajuda na identificação de foragidos, impedidos de deixar o país, desaparecidos e de crianças e adolescentes desacompanhados dos pais ou responsáveis. "O simples conhecimento de que nesta região existe um rigor maior já evita que criminosos tentem entrar ou sair do país utilizando-se dessa fronteira", reforça o chefe do Núcleo de Imigração da delegacia da PF,em Foz do Iguaçu, delegado Antônio Gabriel Pucci.
Quanto à adoção de uma fiscalização semelhante na fronteira com o Paraguai, o delegado comentou que o trânsito intenso na Ponte Internacional da Amizade praticamente inviabiliza um controle total. "Isso, em decorrência de uma dificuldade logística grande." Na aduana entre Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú passam até 3 mil pessoas por dia nos dois sentidos, enquanto que entre Ciudad del Este o movimento chega a ser em média cinco vezes maior, volume que dobra nos feriados e próximos a datas de maior apelo comercial como Natal e Dia das Crianças.
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