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Pesquisa

Polícia feminina é menos violenta

Números da Polícia Militar e um estudo da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) apontam que as PMs femininas são menos violentas que seus colegas homens. Mesmo assim, a corporação só reserva 10% das vagas para as mulheres, que ficam com as ta­­re­fas mais burocráticas. Atualmen­­te, o contingente da Polícia Militar paulista é formado por 9 mil mu­­lheres e 84 mil homens.

O estudo Mulheres na Polícia Mi­­­litar do Estado de São Paulo: a di­­­fícil mudança de paradigma, que demorou três anos para ser con­­­cluído, mostra ainda que as o­­­ficiais femininas são tão eficientes no policiamento quanto os ho­­mens. Mariana Barros Barreira, a autora do estudo, pesquisou estatísticas de forças policiais dos Es­­tados Unidos e países da Eu­­ropa. Con­­­s­tatou em todas que havia me­­­nos agressividade por parte das mulheres.

De acordo com dados da Polícia Militar paulista, há cinco vezes mais oficiais homens presos que PMs mulheres. O comando da corporação alega que os números de presos mostram que "as mulheres são empregadas em situações menos graves, como negociadoras, administração ou ronda escolar". Nos presos recaem acusações como roubos, homicídios e violar regras internas.

Hoje, enquanto as mulheres são 10% dos componentes da PM, na Polícia Civil elas são 30%. "A hegemonia de homens é uma opção política da PM, que ignora a proporção entre os sexos ", diz a pesquisadora. Denis Mizne, diretor executivo do Instituto Sou da Paz, considera que o aumento da presença de mulheres melhoraria a PM. E vai além. "É preciso que elas também ocupem cargos importantes dentro da Polícia Militar", diz.

Pelo menos no curto prazo, a predominância masculina na PM não deve mudar. Homens e mulheres, desde o início, têm carreiras distintas. "Se olharmos os cargos de chefia, veremos que existe um funil", afirma Mariana Barros.

A pesquisadora critica o fato de o cargo máximo da PM paulista, o de comandante-geral, não poder ser ocupado por uma mulher. A escolha é feita pelo governador do estado por meio de uma lista em que só podem ser indicados os coronéis homens da ativa. Em outros estados, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, a situação é diferente. As carreiras dentro dessas PMs são unificadas. Para Mariana Barros, isso comprova um preconceito de gênero da PM de São Paulo.

Para o coronel Luiz Eduardo Pesce de Arruda, comandante do Centro de Altos Estudos de Segurança (CAES), o papel feminino cresceu na instituição. "Nós temos quatro mulheres entre os quadros mais altos",diz. Segundo ele, São Paulo foi o primeiro es­­tado do país a contar com mulheres no policiamento. Segundo ele, a unificação entre os quadros de oficiais deve acabar com as diferenças. "As mudanças exigem análise e estudo antes de serem tomadas."

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