No primeiro interrogatório do júri do segundo bloco de PMs do caso Carandiru, ontem, o coronel Valter Alves Mendonça, capitão da tropa da Rota que invadiu o 2º andar do Pavilhão 9 da Casa de Detenção, descreveu uma operação de 15 minutos em que não cita nenhuma das 73 mortes pelas quais mais 24 policiais são julgados nesta semana. Mendonça centrou sua versão de que é inocente somente falando por si, lembrando de sua participação na invasão do Carandiru em outubro de 1992.

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A defesa usou no interrogatório slides 3D com a visão dos policiais no local. A representação tinha o chão coberto de sangue, mesmo antes de os PMs entrarem no corredor, ainda com vários detentos mascarados em pé como os "vultos" que o capitão da tropa teria visto ao chegar. Mendonça teria escutado estampidos e sentido o impacto de projéteis no seu escudo.

"Naquela época não havia arma não letal, coletes e nenhum tipo de proteção. Só revólveres e submetralhadora", disse o coronel. Os promotores tentaram contradizer Mendonça com seu depoimento na Justiça Militar e na CPI da Assembleia, onde ele não teria mencionado que havia dado uma volta pelos corredores antes de sair da prisão. O major Marcelo Gonzáles também falou. Ele contou que a direção do presídio foi enfática quanto à necessidade de uso da força para debelar o motim. A previsão é de que o julgamento acabe amanhã.

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