A Polícia Civil identificou o homem encontrado morto na manhã da última sexta-feira (13), na Rua Cândido Xavier, no bairro Vila Isabel, em Curitiba. A vítima se chamava Gilmar Lopes e tinha 32 anos, informou a Delegacia de Homicídios neste sábado (14).
O corpo de Lopes tinha sinais de agressão na cabeça causados por um objeto contundente, segundo a Delegacia de Homicídios. De acordo com a PM, possivelmente, a causa da morte foi traumatismo craniano. O corpo foi localizado no terreno de uma casa abandonada, que mendigos usam como abrigo, na esquina da Rua Cândido Xavier com a Rua Professor Guido Straube. O local é cercado por um muro, mas tem um matagal com árvores.
Este foi o terceiro caso de violência contra mendigos na capital paranaense entre quinta-feira (12) e sexta-feira (13). Na madrugada de quinta, um rapaz foi esfaqueado na Praça Santos Andrade e pela manhã, um homem foi queimado no bairro Alto da XV.
Na manhã da localização de Lopes, o Instituto Médico Legal (IML) recolheu o corpo dele para identificação e para realizar o exame de necropsia, que irá identificar o motivo da morte. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios (DH) da capital, que já acompanha e tenta identificar os autores das outras duas agressões registradas entre a madrugada de quinta e esta sexta.
Suspeito preso
Foi preso na manhã de sexta-feira (13) o suspeito de atear fogo a um morador de rua por volta das 10h do dia anterior, no Alto da XV, em Curitiba. Geraldo Rocha Filho, 43 anos, que também mora na rua, foi reconhecido pela vítima e autuado por tentativa de homicídio.
Conhecido como "Jacaré", o suspeito conta que é alcoólatra e bebe álcool combustível, mesmo material usado para atear fogo em José Valdir da Silva, de 46 anos. Ele garante que não foi o responsável pelo crime. "Quando eu acordei, ele já estava pegando fogo. Nós dois sempre fomos amigos". O suspeito disse que começou a morar nas ruas há três anos, depois de uma desavença familiar. Ele já tem passagem pela polícia por furto.
Segundo o delegado a frente do caso, Cristiano Quintas, Silva reconheceu o suspeito como autor do crime por meio de uma fotografia levada até o hospital onde ele está internado. "Ele disse que o Jacaré jogou álcool sobre ele, que tentou colocar fogo uma vez e não conseguiu, e depois tentou com outro fósforo".
Quintas também diz que serão feitos exames para determinar a capacidade mental de "Jacaré". "Ele deve ter alguma afetação mental em decorrência da bebida, mas isso ainda vai ser visto", afirmou.
A vítima permanece internada no Hospital Evangélico, mas não corre mais risco de morte. Ele teve queimaduras de segundo grau em 30% do corpo, principalmente no rosto, braço esquerdo e tórax.
Sem autoria
A Delegacia de Homicídios também investiga a autoria da agressão contra Félix Pereira Souza Junior, 21 anos, que também é morador de rua. A vítima foi ferida no abdômen por uma faca, na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, por volta das 5 horas de quinta-feira (12).
Souza Junior levado para o Hospital Cajuru e o estado de saúde dele era instável na tarde desta sexta-feira. Na quinta-feira, ele sofreu uma drenagem no abdômen e respirava com a ajuda de aparelhos.
O delegado a frente desse caso, Rubens Recalcatti, descarta que haja ligação entre as ocorrências. "São casos isolados, que coincidentemente aconteceram nesses dois dias", afirmou.
Outro casos
No dia 26 do mês passado, o morador de rua Givanildo da Silva foi violentamente espancado com uma barra de ferro enquanto dormia em uma floreira no Terminal do Guadalupe pelo jovem Jean Krüger, de 22 anos, funcionário de uma loja de bicicletas. O rapaz teria tido a ajuda de um adolescente para efetuar o espancamento.
Em fevereiro, o morador de rua Ygor Holowka, de 30 anos, teve parte do corpo queimado na praça Santos Dumont, no centro de Curitiba. No fim de março, a jovem Mônica Lee Alves, de 27 anos, prestou depoimento na DH e admitiu ter matado o companheiro dela, conhecido como Baiano, e de ter colocado fogo no rapaz porque teria discutido com Igor.
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