A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba divulgou nesta sexta-feira (4) o retrato falado de um segundo suspeito de assassinar e esquartejar uma mulher no Centro Cívico, em Curitiba, na noite de quarta-feira (2). O suspeito, já identificado pelo nome, tem 33 anos e teria agido juntamente com outro suspeito, de 38 anos, que está preso. A mulher assassinada ainda não foi identificada. O corpo dela foi encontrado boiando num córrego da Rua Aristides Teixeira. As pernas estavam a 200 metros dali, na Avenida Cândido de Abreu.
A delegada Sabrina Alexandrino disse que o primeiro suspeito foi preso próximo ao local do crime, depois de ter sido apontado por algumas testemunhas por ter as mesmas características de um dos homens que carregavam o corpo. Os policiais que o abordaram usaram um produto químico que revelou traços de sangue nas mãos, dedos e unhas. “Ele não soube explicar o que havia acontecido direito. Primeiro nos disse que era por causa de um dente machucado, mas não nos convenceu, porque era muito sangue”, explicou a delegada.
Em entrevista a veículos de imprensa, o suspeito disse que o sangue era por causa de um bife que um amigo dele teria pedido que fritasse para eles comerem. Ao ser indagado sobre como teria sido flagrado pelas câmeras de segurança, já que a DHPP afirma veementemente ser ele nas imagens, o suspeito se contradisse: “Eu estava buscando comida no lixo, porque não tinha comido nada”.
Ainda aos investigadores, o suspeito detido teria alegado, sem saber que entraria novamente em contradição, que não estava com as mesmas roupas do homem que aparece no vídeo das câmeras de segurança. “Como ele usava uma jaqueta vermelha ao ser preso, ele usou isso como um álibi para dizer que não seria ele. Acontece que nós não tínhamos ainda tocado no assunto de que o homem que estava no vídeo usava uma roupa bege. Como ele sabia que era outra roupa a usada?”, disse a delegada Sabrina Alexandrino.
A suspeita dos policiais é de que o suspeito tenha trocado de roupa justamente para se esquivar de qualquer acusação. “Nós até vasculhamos o local onde ele morava, embaixo da ponte onde o corpo foi encontrado, mas não encontramos nenhuma blusa bege. Ainda não sabemos o paradeiro da roupa”, afirmou Sabrina Alexandrino. Conforme a DHPP, o suspeito tinha dois mandados de prisão revogados, um expirado e uma passagem pela cadeia por tráfico de drogas.
Comparsa abordado
Conforme os policiais da DHPP, o homem apontado como comparsa do suspeito detido foi abordado pela Polícia Militar (PM) ainda no local do crime. “Quando os policiais foram ver se existia algum mandado de prisão contra ele, ele fugiu”, disse a delegada.
O homem agora é procurado. A polícia acredita que, assim como o suspeito detido, o suposto comparsa seja morador de rua. Segundo a DHPP, ele também já tinha passagens pela polícia.
Testemunhas
Algumas testemunhas foram ouvidas na DHPP e pelo menos três delas reconheceram os dois homens. Segundo uma das testemunhas, o suspeito detido foi reconhecido – até mesmo por foto – por ter as mesmas características da pessoa que carregava o corpo.
Já o homem apontado como comparsa, que fugiu do local, foi reconhecido por outra testemunha. A pessoa teria contado, de forma detalhada, aos policiais que ele foi visto carregando o corpo da mulher.
Investigação continua
As investigações seguem agora com a intenção de encontrar o suspeito e descobrir quem é a vítima. “Nós também ainda queremos descobrir a identidade dessa mulher e também o motivo do crime, pois ambos ainda são mistérios”, disse a delegada. Apesar disso, a DHPP informou que as investigações estão avançadas e que logo o motivo do crime deve ser descoberto.
Em princípio, o que a polícia já sabe é que a vítima não foi morta em local público e sim em algum espaço fechado. “Estamos em diligências para confirmar onde foi esse local.” De qualquer forma, aos policiais, não existem dúvidas de que os dois suspeitos foram os autores do crime.
A polícia ainda não descarta a possibilidade de que uma terceira pessoa possa ter participado do assassinato. “Não podemos descartar porque a forma como ocorreu o desmembramento do corpo pressupõe uso de força. Então, não podemos descartar”, afirmou a delegada. Foram solicitados vários tipos de exames para que sejam ainda verificados se outros crimes foram praticados – como estupro, por exemplo.