Gabriella Nichimura caiu de uma altura de 25 metros no brinquedo La Tour Eiffel| Foto: Alice Lobo/AE

Cronologia

Veja os principais acontecimentos que marcaram o caso:

24 fevereiro: Gabriella Yukari Nichimura, de 14 anos, morre após cair de uma altura de 25 metros do chão no brinquedo La Tour Eiffel, um elevador que despenca em simulação de queda livre.

1.º março: um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) é assinado entre representantes do Hopi Hari e o Ministério Público Estadual (MPE) determinando que o parque ficará provisoriamente fechado para auxiliar na investigação da morte da adolescente. Uma força-tarefa coordenada pelo MPE realiza vistoria de segurança nos 14 brinquedos considerados mais radicais. O Ministério Público exige melhorias, como tradução de manuais e avisos de segurança para o português, além de checagem dupla nas travas de montanhas-russas.

25 março: após quase 20 dias fechado, parque Hopi Hari volta a operar.

13 abril: o Instituto de Criminalística de Campinas entrega à Polícia Civil e ao Ministério Público de Vinhedo laudo que aponta falha humana e indica que a trava da cadeira que a menina ocupou estava solta.

17 abril: a Polícia Civil de Vinhedo afirma que vai indiciar 11 pessoas sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção) pelo acidente. O presidente e o vice-presidente do parque estão entre os responsabilizados.

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A Polícia Civil de Vinhedo (79 km de SP) vai indiciar 11 pessoas sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção) pelo acidente que matou Gabriella Yukari Nichimura, 14 anos, no parque de diversões Hopi Hari. O presidente e o vice-presidente do parque estão entre os responsabilizados.

"Todos foram omissos, negligentes e imprudentes, alguns mais do que outros, mas cada um teve alguma participação que resultou no acidente", afirmou o delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior. Ele pretende apresentar os indiciamentos até o fim da próxima semana para o Ministério Público, que terá até 15 dias, a partir de então, para oferecer denúncia à Justiça.

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Nichimura morreu em 24 de fevereiro depois de cair de uma altura de 25 metros do chão no brinquedo La Tour Eiffel, um elevador que despenca em simulação de queda livre. Ela sentou em uma cadeira que deveria estar inoperante e não tinha o sistema de trava acionado.

Segundo o delegado, um dia antes do acidente três técnicos de manutenção tiraram uma peça desse assento para colocar em outro e, durante a operação, um deles notou que o colete de segurança dele se abria na descida. "Um falou para o outro, mas ninguém lembrou de travar esse dispositivo após a manutenção", afirmou.

No dia seguinte, o operador Marcos Antonio Leal notou que o colete estava "frouxo" e poderia ser aberto por alguém. Mesmo assim, nem ele nem os outros operadores notaram que a garota sentou no lugar. "Foram relapsos, displicentes e imprudentes."

O presidente do parque, Armando Pereira Filho, e o vice-presidente, Cláudio Guimarães, também estarão entre os indiciados, segundo o delegado, porque não cumpriram com a obrigação de informar ao consumidor sobre o perigo que o visitante corria caso se sentasse naquela cadeira. "Eles possuem poder de mando e auferem lucros com esse serviço", disse Noventa Júnior.

Caso sejam condenados por homicídio culposo, cada um dos nove funcionários e os dois diretores podem ter de cumprir pena de um a três anos.

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Parque

O parque chegou a ficar fechado por quase 20 dias depois do acidente, mas voltou a operar em 25 de março.

Durante esse período, uma força-tarefa coordenada pelo Ministério Público Estadual realizou vistoria de segurança nos 14 brinquedos considerados mais radicais e também firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Hopi Hari, exigindo melhorias como tradução de manuais e avisos de segurança para o português, além de checagem dupla nas travas de montanhas-russas.