A Polícia Civil de Santa Catarina informou ontem que indiciará 80 pessoas pela onda de ataques a ônibus, prédios da segurança pública e casas de policiais iniciada em 26 de setembro. O delegado Procópio Silveira Neto, responsável pelas investigações, disse que entre os indiciados há criminosos que já estavam presos e que foram detidos durante os atentados. "Tem também um grupo pequeno que ainda está em liberdade. Mas nós sabemos quem são, e prendê-los é questão de tempo", disse sem informar números.
O grupo deve ser indiciado sob suspeita de crimes como formação de quadrilha, associação para o tráfico de drogas e porte de armas. O secretário estadual da Segurança Pública, Cesar Grubba, disse que a motivação dos ataques é a repressão ao crime organizado. "Isso [atentados] se deve ao combate efetivo da nossa polícia a essa criminalidade."
Segundo o secretário, só no último mês foram apreendidas no estado três toneladas de drogas e 3 mil armas. No ano passado, 98 pessoas foram denunciadas pelos atentados de 2012 e 2013, que somaram 182 ocorrências em 54 cidades. Oitenta delas foram condenadas. A maioria tinha ligação com o PGC (Primeiro Grupo Catarinense), maior facção criminosa do sistema prisional catarinense.
Registros
Desde 26 de setembro, a Polícia Militar registrou 114 ocorrências em 32 cidades de Santa Catarina. A intensidade dos ataques diminuiu desde 4 de outubro, com a chegada ao estado da Força Nacional de Segurança e a transferência de 20 presos suspeitos de serem os mandantes dos ataques à penitenciária federal de Porto Velho (RO). Mas a corporação ainda registra casos.
Ontem, criminosos atiraram contra a casa de um policial em Palhoça, na Grande Florianópolis. Os tiros atingiram a fachada da residência e o carro dele. Ninguém ficou ferido. Na última terça-feira, após quase uma semana sem registros de ataques, bandidos incendiaram um carro em Penha, no litoral norte, e queimaram um ônibus e um carro em Florianópolis. Porta-voz da PM, a tenente-coronel Claudete Lehmkuhl disse que "estão dentro do previsto" as ocorrências registradas desde as intervenções de 4 de outubro.
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