O inquérito da Polícia Civil sobre as mortes ocorridas na UTI do Hospital Evangélico entre 2011 e 2012 concluiu que houve formação de quadrilha e homicídio qualificado, crimes que teriam sido cometidos por seis pessoas além das cinco que ainda estão presas, outra médica foi indiciada.
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Michelotto, há provas contundentes que incriminam o grupo. O documento entregue ao Ministério Público Estadual (MP) que terá prazo até segunda-feira para decidir se encaminha a denúncia à Justiça tem cerca de 7 mil páginas.
A médica Krissia Wallbach, que estava de férias no exterior, foi a sexta acusada incluída entre os indiciados. Ela teria aparecido nos áudios gravados durante as investigações. A médica foi convocada a depor e compareceu na segunda-feira ao Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa). Mas, segundo o advogado dela, Jorge Timi, ela ainda não prestou nenhuma informação à polícia. "Ela se reservou ao direito de aguardar a liberação do inquérito para receber cópia das gravações e poder comentar o assunto", declarou. Segundo Timi, qualquer médico que trabalhou na UTI durante a investigação, que teve início há um ano, pode ter sido citado nas gravações.
O advogado disse ainda que Krissia não trabalhava no Evangélico quando ocorreram as mortes. "Ela trabalhou no Hospital Evangélico entre abril de 2012 e janeiro de 2013." Inicialmente, seis casos que estavam sendo analisados eram anteriores a março de 2012. Entretanto, há informações de que o inquérito entregue pela Polícia Civil ao MP elencou mais de duas dezenas de óbitos suspeitos.
Segundo a polícia, não foi solicitada a prisão de Krissia porque o inquérito estava sendo concluído, e por isso não havia risco de a médica atrapalhar as investigações. Além de Krissia, foram indiciados a médica Virgínia Helena Soares de Souza que comandava a UTI , Maria Israela Cortez Boccato, Edison Anselmo da Silva Junior e Anderson de Freitas, além da enfermeira Lais da Rosa Groff.
"Realmente existia uma quadrilha no Hospital Evangélico que vitimava as pessoas que lá estavam internadas", afirmou o delegado em um evento de entrega de viaturas policiais. Nem a Polícia Civil e nem o MP comentaram outros detalhes do caso. Michelotto disse que o sigilo é importante porque há provas que poderiam causar "uma revolta muito grande" na população.