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Vista do bairro Bacacheri, em Curitiba | Antônio More/Gazeta do Povo
Vista do bairro Bacacheri, em Curitiba| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

A Polícia Civil e Secretaria Municipal de Educação estão investigando o caso da bebê de 11 meses que foi esquecida em uma pré-escola no bairro Bacacheri, em Curitiba, no fim da tarde desta terça-feira (19). A denúncia feita pelos pais está sob o comando do 5º. Distrito Policial, que pode indiciar os responsáveis por abandono de incapaz e maus tratos.

A denúncia foi encaminhada também à Secretaria Municipal de Educação (SME) nesta quinta-feira (21). De acordo com a pasta, a Coordenadoria Técnica de Estrutura e Funcionamento de Ensino vai decidir, agora, sobre uma investigação paralela à da polícia.

O caso ganhou notoriedade depois que o pai da menina, o fotógrafo Rodrigo Gomide Carvalho, publicou um post nas redes sociais contando o caso e pedindo para que ele fosse compartilhado.

A bebê estava participando da colônia de férias realizada pela escola, onde é aluna desde o início deste ano, e deveria ser buscada pelos pais por volta das 18 horas - quando se encerram as atividades no local. A mãe da criança foi até a porta da instituição e tocou a campainha, mas não teve resposta. “Na segunda-feira fui por volta das 18h05 e não houve problema nenhum. Na terça-feira, eu fiquei dentro do carro e ela desceu tocar a campainha. Ela tocou a campainha várias vezes, ligou para a escola, até que veio na porta do carro e disse: ‘não tem ninguém’”,conta Gomide.

Ao olhar pelo buraco utilizado para medir água, o fotógrafo percebeu que a escola estava toda escura.

Enquanto o pai ligava para a polícia para pedir orientações, a mãe entrou em contato com a escola pela página da instituição no Facebook - que foi apagada após a denúncia. “Uns dez minutos depois, alguém respondeu pedindo calma e dizendo que enviaria alguém para a escola. Entre o momento em que chegamos lá e a chegada da coordenadora deu uma meia hora”, conta o fotógrafo.

A menina foi encontrada dentro de uma sala de aula, em seu carrinho, dormindo. O pai disse ainda que a própria coordenadora afirmou que as professoras responsáveis tinham dito que não havia mais alunos na sala quando a escola foi fechada.

“Era 18 horas quando chegamos lá. E se só aparecesse alguém no dia seguinte? E se o bebê, deitado, começa a tossir, chorar ou vomitar? Meu post é um alerta até mesmo para as escolas, no sentido de poderem fazer uma seleção mais rigorosa de pessoal”, desabafa Gomide.

O advogado da escola, Rogério Faria da Silva, informou, por meio de nota, que a pessoa envolvida no caso foi afastada e que a instituição vai realizar procedimentos administrativos internos para apurar o que de fato ocorreu. Segundo ele, a escola lamenta o ocorrido e afirma que o caso foi isolado.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) afirmou que a instituição tem alvará para funcionar. Ainda de acordo com a pasta, assim que soube da denúncia, a SME instaurou uma Comissão de Verificação Especial, que está apurando os fatos. “Concluída essa fase, será elaborado um relatório, que pode ou não resultar num processo de sindicância, conforme parecer dos membros da comissão”, diz a nota.

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