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Atualizado às 17h

Três vítimas de seqüestro em Curitiba foram libertadas na manhã deste domingo. Policiais do grupo Tigre - Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial - formado por policiais civis, e a Polícia Federal, "estouraram" o cativeiro onde estavam os reféns por volta das 4 horas da madrugada. O cativeiro era na Rua Dr. Simão Kussobubski, 1.750, no bairro Boqueirão. Foram presas quatro pessoas e libertadas as três vítimas, duas mulheres e uma criança. Ninguém ficou ferido durante a ação. Os nomes das vítimas do seqüestro estão sendo mantidos em sigilo.

Conforme informações da Secretaria de Estado da Segurança do Paraná (SESP), os criminosos seqüestraram a mulher, a filha e a empregada de um piloto de helicóptero, para chantageá-lo e forçá-lo a resgatar um líder do segmento do crime organizado conhecido como Primeiro Comando da Capital (PCC), detido em um presídio em uma cidade no interior de São Paulo. O seqüestro teve início por volta das 7 horas da manhã da última quinta-feira (4) na casa das vítimas. O caso não foi divulgado para garantir a segurança dos reféns.

A polícia entrou no cativeiro, no bairro Boqueirão, em Curitiba, por volta das quatro da manhã deste domingo (07). Eles resgataram as três vítimas e renderam os seqüestradores. Alessandro de Jesus Alves, 19, conhecido como "Colorau", Elondri Marcelo Santos Boza, 24, o "cabelo", Ana Lucia da Paixão, 36 e Edimar Alves, 37, conhecido como "Fininho" foram presos no cativeiro.

A esposa do piloto, a filha caçula e a empregada da família foram encontradas em um quarto da casa, sem vendas nem amarras. Elas eram vigiadas por dois dos seqüestradores fortemente armados com uma pistola nove milímetros, duas pistolas 380 e uma pistola 765. De acordo com a polícia, elas não sofreram nenhuma agressão física na casa e passam bem. "Durante todo o tempo que os marginais estavam com a família do piloto, eles não desconfiaram, em nenhum momento, que a polícia havia sido acionada e isto facilitou nossa ação", contou o delegado do Grupo Tigre, Riad Braga Farhat.

Resgate

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, o preso que seria resgatado é conhecido pelo apelido de "Tio", e está preso no Complexo Penitenciário de Mirandópolis, no interior de São Paulo. Ele ainda não foi identificado pela polícia. Segundo Riad, "Tio" terceirizou a execução de seu resgate e teria oferecido uma alta quantia em dinheiro para a equipe.

"Para que o piloto conseguisse locar uma aeronave, ele tinha oferecido R$ 16 mil, sendo que o aluguel custaria até sete mil reais", contou Riad. Para a fuga, a polícia descobriu que além do helicóptero seriam também utilizados explosivos.

Seqüestro

O piloto foi rendido por volta das sete horas da manhã de quinta-feira (4) quando levava sua filha caçula, de onze anos, para a escola. Edimar Alves e mais um seqüestrador ainda não identificado estavam fortemente armados e os fizeram entrar na casa novamente, onde estava a esposa do piloto. A empregada chegou logo depois e também foi rendida. Às nove horas da manhã, a esposa, a filha e a empregada foram levadas para uma casa alugada, no Boqueirão, na rua Doutor Simão Kossobudski, 1.750.

O piloto permaneceu na casa para ouvir as orientações dos criminosos. "Eles queriam que o piloto conseguisse um helicóptero para resgatar um chefe do PCC que está no presídio de Mirandópolis", contou o delegado Riad. Segundo policiais do Tigre, os bandidos já investigavam a vida da vítima há pelo menos dois meses. "Eles investigaram a vida do piloto e já sabiam que ele era experiente e ousado nas manobras, por isto resolveram acioná-lo para participar do resgate", relatou o delegado Riad.

Os seqüestradores colocaram uma "falsa" escuta no piloto enquanto estavam na casa e disseram que ele estaria sendo monitorado o tempo todo. Ele recebeu também um celular para manter contato com a quadrilha. Às onze horas, os dois homens saíram da casa e disseram para ele que deveria sair dali após quarenta minutos e encontrar uma aeronave que os levasse até Araçatuba. Ele deveria estar no heliporto do Parque Barigüi até as 15 horas. De lá, ele seguiria para Araçatuba com os bandidos, onde receberia novas orientações.

Após quarenta minutos da saída dos criminosos, o piloto saiu da casa e procurou um amigo do ramo de transporte aéreo. Juntos, eles avisaram o secretário Delazari, que acionou imediatamente o grupo Tigre. Como o crime envolvia um suposto seqüestro de aeronave, a Polícia Federal também foi acionada e passou a atuar junto com o Tigre. "O piloto tem um helicóptero particular que estava em manutenção, mas os marginais sabiam que ele tinha contato com outras empresas de transporte aéreo e poderia conseguir uma outra aeronave", contou o delegado.

"Primeiro, o piloto me procurou pessoalmente, porque eu estava no hangar da Casa Militar no Aeroporto do Bacacheri saindo de viagem para Telêmaco Borba, junto com o governador. Quando ele nos passou a situação, o governador foi viajar e eu fiquei e acionei imediatamente o Grupo Tigre e a Polícia Federal. A partir daí, as investigações não pararam até que encontramos o cativeiro", contou o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.

Durante todo este período, o piloto informou aos seqüestradores que os helicópteros estavam em manutenção e que eles teriam que ter paciência, até que ele conseguisse uma aeronave.

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