Policiais do Grupo Tático Integrado de Repressão Especial (Tigre) libertaram na noite desta segunda-feira uma mulher de 34 anos que havia sido seqüestrada e era mantida como refém desde domingo, em Francisco Beltrão, na região Sudoeste do estado. Duas pessoas foram presas, um homem ainda é procurado e o dinheiro do resgate não foi pago. Este foi o segundo seqüestro envolvendo a mesma família de fazendeiros em menos de um ano e meio. As informações são da Secretaria de Estado da Segurança (Sesp).
A mulher, de 34 anos, é filha de um fazendeiro da região e foi resgatada sem ferimentos. Policiais das delegacias de política de Pato Branco e Francisco Beltrão também participaram da ação.
O delegado Riad Farhat, que coordena o Tigre, contou que a jovem havia sido levada da fazenda onde mora com a mãe, no município de Francisco Beltrão, por volta das 11h30 de domingo. Os seqüestradores, segundo o delegado, invadiram a fazenda, trancaram a mãe dela em um banheiro e a levaram. A mãe acionou a polícia local que repassou o caso para o Grupo Tigre. O resgate pedido pelo seqüestradores era de R$ 150 mil.
A vítima foi mantida em um cativeiro improvisado, dentro de uma barraca, numa área de mata fechada nas imediações da fazenda onde morava. O Grupo Tigre descobriu o local do cativeiro no começo da noite desta segunda-feira. Os policiais foram recebidos a tiro na ação de resgate.
A operação contou com apoio dos policiais da 19ª Subdivisão, chefiados pelo delegado Ivonei da Silva, e de equipes da 5ª Subdivisão, designados pelo delegado Gilmar da Silva. "Não tivemos como atirar porque a refém estava atrás dele, na barraca, quando chegamos. Optamos por preservar a vida dela", disse o delegado Riad Farhat, do Tigre.
A polícia trabalha agora para descobrir a verdadeira identidade do homem que está preso. Gilcemar Paes, 24 anos, alega que trabalhou na região no passado. Como ele pode ter mentido, dando nome falso, todas as informações colhidas pela polícia até agora estão sendo cuidadosamente confrontadas. Uma das hipóteses, dentro das linhas de investigação com as quais a polícia trabalha, é que os dois homens possam ser de Santa Catarina.
Segundo seqüestro
Em maio do ano passado, uma prima da jovem que foi feita refém no último domingo já havia sido levada por seqüestradores que pediram um resgate de R$ 100 mil. Na ocasião, os familiares decidiram não acionar a polícia. Mas o delegado do Grupo Tigre explicou que o fato chegou ao conhecimento da unidade especializada e uma equipe foi enviada para a cidade de Francisco Beltrão, a cerca de 500 quilômetros de Curitiba. "Quando chegamos, a família já tinha entregue o dinheiro fazia mais ou menos uma hora. Infelizmente eles não quiseram dar nenhum tipo de colaboração e nosso trabalho não pôde ter continuidade porque nenhum tipo de informação consistente nos foi repassada", lamentou o delegado.
Tigre
O Grupo Tigre, especializado em ações específicas onde há pessoas reféns, atua em todo o Paraná em seqüestros, roubos, cárcere privado, extorsão mediante seqüestro e rapto. O Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial foi criado em 1990 e conta com equipes treinadas nos mesmos moldes dos grupos internacionais. Os policiais passam por um preparo rigoroso que inclui tiro instintivo e de precisão, com armas curtas e longas, escalada e rapel, mergulho, primeiros socorros, artes marciais, guerra química, além de manter permanente condicionamento nas técnicas de assalto e infiltração.
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