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Violência

Polícia localiza corpo de jornalista desaparecido

 | Antônio More/ Gazeta do Povo
(Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)

O mistério sobre o desaparecimento do jornalista cinematográfico Anderson Leandro da Silva, de 38 anos, terminou ontem. Ele foi vítima de uma emboscada e assassinado a facadas por motivos passionais. O corpo foi localizado em uma área rural de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. Acusado pelo crime, Henrique Weslley Oliveira Woiski, 20 anos, está preso. De acordo com a polícia, Anderson teria mantido um romance com uma adolescente de 16 anos, namorada de Woiski. A jovem também foi apreendida, acusada de ter atraído o jornalista para a morte.

Há pouco mais de um ano, Anderson teve um relacionamento com a adolescente, que mora em Quatro Barras, segundo apurou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A jovem, entretanto, teria iniciado um namoro com o acusado, com quem passou a morar e com quem teve um filho, nascido há dez dias. Quando ficou sabendo do caso dela com outro homem, Woiski obrigou a namorada a telefonar ao jornalista, marcando um encontro.

Anderson foi a Quatro Barras a bordo de uma van Kangoo e encontrou a adolescente em uma praça da cidade. Ela o convenceu a ir a uma estrada de terra localizada na área rural, próximo a uma pedreira, onde Woiski já os esperava. Lá, o jornalista foi assassinado com várias facadas.

O delegado Sivanei Almeida Gomes, do Grupo Tigre da Polícia Civil, disse que, após cometer o crime, o rapaz arrastou o corpo de Anderson até uma vala em um matagal. O veículo foi abandonado pelo acusado em uma mata, a cerca de três quilômetros dali.

Investigação

O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, revelou que a as autoridades começaram a desvendar o caso após analisar o rastreamento do celular do jornalista. A quebra do sigilo telefônico mostrava que a última ligação recebida por Anderson havia sido feita de um telefone fixo de uma residência de Quatro Barras. "Este telefonema partiu da casa onde a menina morava", explicou.

A garota foi ouvida logo em seguida, confirmou que teve um relacionamento com Anderson e admitiu que esteve com ele no dia do desaparecimento. A jovem, entretanto, alegava que o jornalista havia deixado-a em casa por volta das 16 horas.

A polícia e o Gaeco, no entanto, aprofundaram as investigações sob a hipótese de crime passional. Ontem, a Justiça expediu um mandado de prisão temporária a Woiski e determinou a apreensão da adolescente. O rapaz foi detido por volta das 14 horas, no Hospital Psiquiátrico do Bom Retiro, em Curitiba, onde se internou no último domingo. Antes, o rapaz precisou ser atendido em uma unidade de saúde, no bairro Cajuru.

"Ele relata que, ao desferir as facadas, acabou se cortando com a faca. Ele levou alguns pontos", disse o delegado Gomes. A polícia, no entanto, ainda não sabe se chegou a haver luta corporal entre os dois.

Segundo Batisti, o acusado confessou o crime e, em seguida, levou as autoridades ao local onde estava o corpo. Woiski também apontou onde a Kangoo foi deixada. Anderson era casado e tinha dois filhos. O local do velório e do sepultamento ainda não está confirmado.

Facebook de acusado faz referência a assassinato

Henrique Woiski se define, em seu perfil no Facebook, como "alguém extrovertido, que ama a vida, e procura sempre se aperfeiçoar à medida do possível". A foto da página mostra um rapaz alto que veste uma camiseta camuflada do Exército e que empunha uma arma longa. Além de algumas bandas e filmes, o fisiculturismo e carros predominam entre as preferências do rapaz. A última postagem é do dia anterior ao crime.

Algumas imagens chamam a atenção no perfil. Uma foto aparece um revólver com as balas saindo pela culatra. Em outra, uma montagem mostra o Coringa – personagem do filme Batman – que traz estampadas as frases: "Não confunda silêncio com fraqueza. Ninguém planeja um assassinato em voz alta".

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