Familiares fizeram manifestação
Antes de a polícia esclarecer o desaparecimento, familiares e amigos usando camisas com o retrato de Anderson Leandro da Silva (foto) chegaram a fazer uma manifestação na manhã de ontem em frente da Catedral Basílica de Curitiba para cobrar mais rigor nas investigações. A suspeita era que o jornalista tivesse sido vítima de uma represália em virtude de sua ligação com movimentos sociais. Anderson desapareceu no dia 10 de outubro, após ter ido se encontrar com um cliente em Quatro Barras. O caso mobilizou colegas de imprensa e levou o grupo Tigre a assumir a investigação do caso porque havia a suspeita de sequestro.
Telefonema
A quebra do sigilo telefônico do celular de Anderson foi decisiva no esclarecimento do crime. A conta revelou que a última ligação recebida pelo jornalista havia sido feita de um telefone fixo residencial de Quatro Barras. Justamente da casa onde morava a jovem com quem ele teve um relacionamento e que hoje é namorada do acusado de matar Anderson.
O mistério sobre o desaparecimento do jornalista cinematográfico Anderson Leandro da Silva, de 38 anos, terminou ontem. Ele foi vítima de uma emboscada e assassinado a facadas por motivos passionais. O corpo foi localizado em uma área rural de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. Acusado pelo crime, Henrique Weslley Oliveira Woiski, 20 anos, está preso. De acordo com a polícia, Anderson teria mantido um romance com uma adolescente de 16 anos, namorada de Woiski. A jovem também foi apreendida, acusada de ter atraído o jornalista para a morte.
Há pouco mais de um ano, Anderson teve um relacionamento com a adolescente, que mora em Quatro Barras, segundo apurou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A jovem, entretanto, teria iniciado um namoro com o acusado, com quem passou a morar e com quem teve um filho, nascido há dez dias. Quando ficou sabendo do caso dela com outro homem, Woiski obrigou a namorada a telefonar ao jornalista, marcando um encontro.
Anderson foi a Quatro Barras a bordo de uma van Kangoo e encontrou a adolescente em uma praça da cidade. Ela o convenceu a ir a uma estrada de terra localizada na área rural, próximo a uma pedreira, onde Woiski já os esperava. Lá, o jornalista foi assassinado com várias facadas.
O delegado Sivanei Almeida Gomes, do Grupo Tigre da Polícia Civil, disse que, após cometer o crime, o rapaz arrastou o corpo de Anderson até uma vala em um matagal. O veículo foi abandonado pelo acusado em uma mata, a cerca de três quilômetros dali.
Investigação
O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, revelou que a as autoridades começaram a desvendar o caso após analisar o rastreamento do celular do jornalista. A quebra do sigilo telefônico mostrava que a última ligação recebida por Anderson havia sido feita de um telefone fixo de uma residência de Quatro Barras. "Este telefonema partiu da casa onde a menina morava", explicou.
A garota foi ouvida logo em seguida, confirmou que teve um relacionamento com Anderson e admitiu que esteve com ele no dia do desaparecimento. A jovem, entretanto, alegava que o jornalista havia deixado-a em casa por volta das 16 horas.
A polícia e o Gaeco, no entanto, aprofundaram as investigações sob a hipótese de crime passional. Ontem, a Justiça expediu um mandado de prisão temporária a Woiski e determinou a apreensão da adolescente. O rapaz foi detido por volta das 14 horas, no Hospital Psiquiátrico do Bom Retiro, em Curitiba, onde se internou no último domingo. Antes, o rapaz precisou ser atendido em uma unidade de saúde, no bairro Cajuru.
"Ele relata que, ao desferir as facadas, acabou se cortando com a faca. Ele levou alguns pontos", disse o delegado Gomes. A polícia, no entanto, ainda não sabe se chegou a haver luta corporal entre os dois.
Segundo Batisti, o acusado confessou o crime e, em seguida, levou as autoridades ao local onde estava o corpo. Woiski também apontou onde a Kangoo foi deixada. Anderson era casado e tinha dois filhos. O local do velório e do sepultamento ainda não está confirmado.
Facebook de acusado faz referência a assassinato
Henrique Woiski se define, em seu perfil no Facebook, como "alguém extrovertido, que ama a vida, e procura sempre se aperfeiçoar à medida do possível". A foto da página mostra um rapaz alto que veste uma camiseta camuflada do Exército e que empunha uma arma longa. Além de algumas bandas e filmes, o fisiculturismo e carros predominam entre as preferências do rapaz. A última postagem é do dia anterior ao crime.
Algumas imagens chamam a atenção no perfil. Uma foto aparece um revólver com as balas saindo pela culatra. Em outra, uma montagem mostra o Coringa personagem do filme Batman que traz estampadas as frases: "Não confunda silêncio com fraqueza. Ninguém planeja um assassinato em voz alta".
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