Luziânia, Goiás - A Polícia Civil de Goiás encontrou ontem os corpos dos seis meninos que estavam desaparecidos na cidade de Luziania (GO) desde o fim do ano passado. Na tarde de sábado, o suspeito de cometer os assassinatos foi preso e confessou o crime.
Segundo a polícia, o pedreiro Admar de Jesus de 40 anos, confessou ter matado e enterrado os jovens em uma fazenda que fica entre Luziania e Cristalina (GO). Os corpos foram desenterrados na manhã de ontem e levados ao IML (Instituto Médico-Legal), onde será feita a identificação por teste de DNA, devido ao estado de decomposição.
Segundo a polícia civil, quatro dos corpos estavam só a ossada e dois ainda em estado de decomposição. No local também foram encontrados alguns pertences dos meninos, como sapatos e bicicletas.
A prisão do suspeito ocorreu na tarde de sábado. A polícia chegou até o homem depois que descobriu que um parente dele estava usando o celular de uma das vítimas. Condenado por pedofilia, Jesus cumpriu quatro anos de pena no Presídio da Papuda, em Brasília. Ele foi solto em dezembro e, uma semana depois, teria começado o assassinato em série dos adolescentes, que tinham entre 13 e 19 anos. Antes de ser preso, foi monitorado durante cerca de dez dias. Nos primeiros depoimentos prestados à polícia, o pedreiro declarou que oferecia dinheiro aos jovens entre R$ 50 e R$ 200 para que eles o auxiliassem no transporte de material de construção civil.
Em vez do trabalho, Jesus afirmou que levava as vítimas para a área da fazenda, distante dois quilômetros de Luziânia, estuprava os garotos e os matava com pauladas na cabeça.
A polícia também trabalha com a possibilidade de o pedreiro ter tido cúmplices para realizar os crimes. A hipótese está sendo aventada pela Polícia Federal e pela polícia civil de Goiás, que trabalham juntas no caso, porque, pelo que se conhece dos assassinatos até agora, seria difícil para uma só pessoa matar, arrastar e enterrar as vítimas em local de difícil acesso
A polícia também não descarta a ajuda porque Jesus teria distribuído pertences das vítimas, como celulares e bicicletas, a parentes e amigos. Foi, aliás, por causa de um celular de um dos garotos que o assassino confesso deu à irmã que ele acabou sendo capturado.
O pedreiro está sendo tratado como um monstro pela população local. Houve ameaça de linchamento e, por isso, ele foi transferido para Goiânia, onde ficará à disposição da polícia. "Não é um ser humano. É uma pessoa demoníaca", disse a mãe de Flávio Augusto dos Santos, de 14 anos, Valdirene Fernandes dos Santos.
