O motorista não vê polícia por perto e, com pressa, ultrapassa pela direita, na Rodovia Castelo Branco, em Itu, a 78 quilômetros de São Paulo, certo de que não será punido. Mas vai ter uma surpresa. Em uma iniciativa inédita, há dez dias a Polícia Rodoviária Estadual começou a utilizar as 90 câmeras de monitoramento instaladas no Sistema Castelo-Raposo Tavares e as 33 do Trecho Oeste do Rodoanel para autuar motoristas infratores à distância.
As câmeras ficam no topo de postes, a mais de 20 metros de altura, e captam imagens a 360 graus em um raio de 1,5 quilômetro. Do Centro de Controle Operacional (CCO) das concessionárias CCR Viaoeste e CCR Rodoanel, em Barueri, os policiais controlam o tráfego em 200 quilômetros. Na Castelo e no Rodoanel Oeste, a cobertura pelas câmeras é de 100%. Na Raposo e na Senador José Ermírio (Castelinho), passa de 80%. Circulam, em média, 840 mil veículos por dia nessas rodovias.
De acordo com o gerente de Tráfego Fausto Camiloti, a concessionária já exibe mensagens na rodovia alertando os motoristas. Ele destaca que a aplicação das multas está de acordo com as normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). "Os policiais têm a atribuição legal de fiscalizar o tráfego. E antes fizemos um trabalho educativo."
Os motoristas estão sendo multados por infrações diversas, desde dirigir pelo acostamento, ultrapassar pela direita e fazer manobras arriscadas (multa de R$ 85,13) até disputar racha (infração gravíssima, com multa de R$ 574,61). As multas são lavradas com base nas imagens, projetadas em um telão de 25 metros quadrados, que permite a visão simultânea de vários trechos. Os registros ficam arquivados e, se houver contestação, são apresentados ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Nos casos de excesso de velocidade, o policial se comunica com os colegas na rodovia para que usem o radar portátil, disponível nas viaturas, para apanhar o infrator. Isso porque ainda não há instrumento aferido pelo Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) para atestar a velocidade registrada pelas câmeras. Do Centro de Controle Operacional, os policiais também consultam as placas dos veículos para ver se há queixa de roubo e seguem o veículo até o próximo posto de fiscalização. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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