A Polícia Ambiental de Mato Grosso do Sul multou a empresa Marfrig em R$ 1 milhão por danos ambientais após acidente químico, ocorrido na manhã de terça-feira, em um curtume (local onde se prepara o couro) anexo ao frigorífico na cidade de Bataguassu (MS). O acidente com um gás tóxico matou quatro funcionários e intoxicou outras 28 pessoas.
O major Edmilson Queiroz, da Polícia Ambiental, informou que a multa é motivada pela poluição causada pelo acidente e não tem relação com falha ou negligência por parte da Marfrig. "A empresa estava com as licenças em dia", disse à Agência Brasil. A Marfrig foi multada com base no Artigo 61 da Lei n.º 9.605 de 2008, que pune por danos ao meio ambiente. O frigorífico ainda pode recorrer à Justiça.
A Marfrig informou que os funcionários que estavam internados na Santa Casa de Bataguassu receberam alta e foram liberados na noite de terça-feira. Segundo a assessoria da empresa, o estado de saúde dos três funcionários transferidos para a Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente (SP) é estável. A empresa disse ainda que está prestando assistência aos funcionários e parentes e colaborando com as autoridades para a rápida apuração dos fatos.
O acidente ocorreu durante o descarregamento do ácido dicloro-propiônico, usado para retirar pelos do couro em um tanque submerso. Três funcionários que estavam em uma estrutura acima do local desmaiaram e um tentou descer pelas escadas, mas não conseguiu. Os quatro morreram no local.
O motorista que descarregava o ácido percebeu um grande volume de gás, fechou a válvula de descarregamento do caminhão e afastou-se. Ele disse ao Corpo de Bombeiros que 600 litros do ácido, aproximadamente, foram descarregados.
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul abriu inquérito e realizou perícia técnica para avaliar as causas do acidente e os possíveis responsáveis.
O grupo Marfrig é dono da marca Seara e deve se tornar a maior processadora de carnes do mundo neste ano, após receber os ativos da Brasil Foods.