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Policiais militares, civis e fuzileiros navais ocupam desde as 5h deste domingo o Complexo do Caju, na zona portuária do Rio | Tânia Rêgo/ABr
Policiais militares, civis e fuzileiros navais ocupam desde as 5h deste domingo o Complexo do Caju, na zona portuária do Rio| Foto: Tânia Rêgo/ABr

As forças de segurança estaduais e federais ocuparam neste domingo (3), sem realizar disparos, o conjunto de favelas do Caju e da Barreira do Vasco, na zona norte do Rio, entre duas das principais vias de acesso à cidade: a Avenida Brasil e a Linha Vermelha. Com o apoio de blindados da Marinha, da Polícia Militar e de helicópteros, um efetivo de 1.400 policiais militares, civis, fuzileiros navais e policiais rodoviários federais entraram por volta das 5h nas comunidades.

Foram apreendidos munições, carregadores, nove rádios comunicadores, 120 vidros de lança-perfume, dois cadernos com anotações do tráfico.

A ação foi pacífica, sem resistência de criminosos, e durou aproximadamente 25 minutos. Já nas primeiras horas da manhã, os moradores começaram a circular pelas ruas e o comércio abriu normalmente. Porém, as pessoas ainda evitam falar com a imprensa, com medo de represálias dos traficantes que dominavam o local.

O assessor de relações públicas do Batalhão de Choque, capitão Alexandre Lima Ramos, considerou a operação bem-sucedida. "Chegamos de madrugada e o ambiente que encontramos foi bem tranquilo. Mas estamos sempre preparados para enfrentar situações de perigo e o objetivo é minimizar o risco para a população que aqui reside".

As duas comunidades fazem parte do complexo de favelas da Maré, que será ocupado dentro dos próximos meses. A Maré é dominada por duas facções criminosas e por um grupo de milícia, localizada das vias de acesso entre o centro do Rio e o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão. A ocupação faz parte do plano do governo de pacificar todas as favelas no entorno dos locais onde ocorrerao jogos da Copa de 2014 e competições das Olimpíadas de 2016.

As bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro foram hasteadas hoje, às 10h20, na quadra do Conjunto Esperança do Parque Alegria, área do Caju, marcando assim o domínio das forças de segurança no conjunto de favelas.

Beltrame diz que não há data para instalar UPP

A ocupação é o fim da primeira fase da operação para instalar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na área. Segundo o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, "não há vitória" nesse processo, que precisa ser permanente, embora a ocupação tenha sido bem-sucedida.

"A primeira fase começou no dia 14 com um cerco amplo e hoje foi o dia D", afirmou Beltrame, em entrevista coletiva. O secretário não deu data para instalação definitiva da UPP no Caju. "A instalação definitiva depende de informações das forças de ocupação."

Os próximos passos da ação estão definidos, mas não podem ser divulgados. Beltrame confirmou que comunidades do Complexo da Maré, da Baixada Fluminense e de Niterói receberão UPPs. O Complexo da Maré fica próximo ao Caju, mas o secretário não informou sequer se será a próxima área a ser ocupada. Segundo ele, não há data nem para o início da fase inicial de "cerco amplo".

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