A Polícia Civil do Maranhão já deteve para interrogatório 11 pessoas que, segundo o governo do Estado, são suspeitas de participar da morte do jornalista e blogueiro Décio Sá, 42, na última segunda-feira (23).
No fim da manhã desta quinta-feira (26), quatro homens ainda eram ouvidos em delegacia. As outras pessoas foram liberadas. O Disque-Denúncia estadual oferece R$ 100 mil por informações sobre o crime.
De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, Aluísio Mendes, várias testemunhas estão descrevendo características do assassino. Elas presenciaram a morte ou a fuga do criminoso.
A polícia está detendo pessoas que considera terem o perfil descrito pelas testemunhas. Mendes diz esperar que até amanhã seja possível concluir o retrato falado sintetizando todas as informações coletadas.
O secretário disse que os suspeitos estão sendo encaminhados à delegacia e são confrontados com o que foi dito pelas testemunhas.
O jornalista foi morto com seis tiros na noite de segunda-feira, em um restaurante na orla de São Luís. A Secretaria de Segurança suspeita que a morte de Décio tenha sido encomendada. As investigações dizem que a pistola usada no crime era uma.40, de uso exclusivo da Polícia Militar.
Décio Sá foi enterrado na terça-feira em São José de Ribamar (MA). Repórter de política do jornal "O Estado do Maranhão" - que pertence à família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB) -, Sá mantinha havia cinco anos um dos blogs mais acessados do Estado. Nele veiculava textos sobre crimes e cotidiano. Na política, alinhava-se a Sarney, que classificou o assassinato como uma "covardia" que não pode ficar impune.
A ANJ (Associação Nacional de Jornais) aponta que este é o quarto assassinato de jornalista em 2012. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas, entidade com sede em Nova York, disse que o Brasil lidera, na região, o ranking de jornalistas assassinados.
O jornalista foi correspondente da Folha de S.Paulo em São Luís na década de 1990. Anos depois, já fora do jornal, se envolveu em polêmicas com o jornal.
Em 2009, ele detalhou no blog os passos do jornalista Hudson Corrêa, que foi a São Luís elaborar reportagem sobre a Fundação Sarney. Sá publicou um vídeo do repórter quando ele consultava investigação do Ministério Público.
Nas eleições de 2010, Sá publicou telefone e foto da repórter Elvira Lobato, que foi ao Maranhão apurar suposta compra de votos por pessoas ligadas à campanha da atual governadora Roseana Sarney (PMDB). Após a divulgação, a repórter passou a receber ameaças e ofensas.
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