Um impasse envolvendo autoridades federais brasileiras e paraguaias tem tudo para chegar no escalão diplomático. O motivo é o fato de que nove integrantes da quadrilha do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que deveriam ter sido presos na quinta-feira pela polícia paraguaia do outro lado da fronteira, durante a Operação Fênix, não foram incomodados. Os mandados de prisão foram enviados ao Paraguai há seis meses pela PF brasileira e teriam que ser cumpridos simultaneamente com a operação desencadeada no Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Alguns presos na Operação Fênix foram transferidos para Curitiba na sexta-feira (23/11).
A Operação Fênix levou à prisão Jacqueline Alcântara Morais, mulher de Beira-Mar. Do lado paraguaio deveriam ter sido presos sete paraguaios e dois brasileiros acusados de envolvimento com a quadrilha do traficante. A Polícia Federal não sabe dizer o que aconteceu e vai pedir a interferência do Itamaraty. Com o desencadeamento da operação no Brasil, a PF acredita que os procurados que deveriam ter sido presos no Paraguai já devem ter fugido.
Beira-Mar está preso desde julho na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, considerada a mais segura do país (o traficante foi transferido 11 vezes desde a sua prisão, em 2001). Ao todo, participaram da Operação Fênix 300 agentes da PF de quatro estados e do Distrito Federal, divididos em 30 equipes.
O casamento de Beira-Mar com Jacqueline foi realizado no final de setembro sob forte esquema de segurança. Ele namorava com Jaqueline, que é advogada, há 15 anos, e com que têm três filhos.