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Crime organizado

Polícia paulista mata sete após atentados

São Paulo - Nas primeiras 36 horas após o atentado contra o tenente-coronel Paulo Adriano Telhada, comandante das Rondas Osten­sivas Tobias de Aguiar (Rota), policiais militares mataram sete pessoas na cidade de São Paulo. Entre eles não está incluído Frank Ligieiri Sons, o homem baleado e morto sob a acusação de atacar a tiros na madrugada de domingo o quartel da Rota, na Luz, no Centro de São Paulo.

O número de casos depois do atentado a Telhada é cinco vezes a média diária de 0,78 caso de tiroteio com morte registrada pela corporação no primeiro semestre deste ano na cidade – 141 casos em 181 dias. Desde os ataques contra Telhada e a sede da Rota, no fim de semana, a polícia ficou em estado de alerta e reforçou a vigilância de bases comunitárias e a atenção no patrulhamento das ruas da cidade.

Os tiroteios entre policiais e acusados de roubo de carros e estabelecimentos comerciais aconteceram entre as 15 horas de sábado e 22 horas de domingo. No primeiro semestre deste ano, segundo números da Ouvidoria da Polícia de São Paulo, policiais da Rota mataram 36 pessoas em tiroteios. No mesmo período de 2009, esse número havia ficado em 21. O aumento é creditado pelos policiais do batalhão ao aumento dos enfrentamentos envolvendo o combate ao crime organizado, o que teria, inclusive, provocado os atentados contra o tenente-coronel Telhada e a sede do batalhão.

O atentado pode ter sido uma represália ao assassinato do ladrão de joalherias Fábio Fernandes da Silva, de 28 anos, o Vampirinho, um dos homens da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele foi morto com três tiros no coração, em maio, após ser abordado pela Rota.

O governo paulista admitiu ontem que os ataques contra a polícia de elite do estado podem ter sido cometidos pelo crime organizado. O governador Al­­berto Goldman, que no domingo descartou uma ação coordenada da facção criminosa que atua dentro dos presídios, mudou de tom e afirmou que todos (os criminosos) fazem parte de uma "organização criminosa", mas minimizou a potência do grupo em relação aos ataques sofridos pelo estado em 2006, quando dezenas de policiais foram mortos em diversos atentados.

Já o secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, afirmou que "o crime organizado tentou matar o comandante da Rota", mas não haveria ligação com o PCC. A polícia de São Paulo deve continuar em alerta até o fim do próximo fim de semana, quando cerca de 20 mil presos do regime semiaberto devem receber o direito de visitar suas famílias por cinco dias durante o Dia dos Pais.

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