A Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (Dedc) de Curitiba entrou com pedido na Justiça para conseguir a quebra de sigilo bancário e fiscal da vidente Danielle Gaich Nicolitz, presa nesta terça-feira (19) na capital sob suspeita de estelionato. A polícia pede também acesso às movimentações bancárias de C.E.Y.J, e de C.E.Y e Cleidy Mara Yovanovich. Todos teriam envolvimento no caso.
O pedido foi encaminhado à 8ª Vara Criminal de Curitiba, de onde saiu a autorização para que a polícia prendesse os envolvidos. Até a tarde desta quarta-feira (20), ainda não havia um parecer da Justiça sobre o pedido. O rastreamento deve ajudar a polícia a descobrir o destino do dinheiro conseguido pela taróloga e também pode esclarecer se os suspeitos estão envolvidos em lavagem de dinheiro.
Com a divulgação do caso, cerca de dez outras possíveis vítimas entraram em contato com a Dedc, informou o delegado adjunto Matheus Laiola. As pessoas que procuraram a delegacia começaram a ser ouvidas nesta tarde e, por isso, a polícia acredita que o dinheiro "arrecadado" pela vidente ultrapasse os R$ 381 mil conseguidos com a vítima cuja denúncia deu início às investigações.
Entenda o caso
Em fevereiro deste ano, uma mulher procurou a taróloga, identificada como Danielle Gaich Nicolitz, para tentar resolver problemas de relacionamentos de seu filho. Danielle conseguiu da vítima R$ 381 mil, pagos na intenção de que os serviços espirituais se concretizassem. Conforme o delegado Laiola, a suspeita pediu ainda mais R$ 54 mil para finalizar o serviço, dinheiro este que não chegou a ser entregue.
De acordo com a Dedc a vítima filmou boa parte do suposto golpe, que aconteceu em várias sessões ao longo de quatro meses, e encaminhou os vídeos à emissora RPC TV, que entrou em contato com a polícia. A maior quantia paga a Danielle um valor de R$ 180 mil foi em frente à Igreja dos Passarinhos, no Bigorrilho. O restante foi dado à vidente na sua própria casa.
Segundo a delegacia, a promessa da quadrilha era de que todo o dinheiro pago seria devolvido no dia 2 de Novembro, Dia de Finados, e que, por isso, seria uma data simbólica para a devolução. "Especialmente esse caso, de que o dinheiro seria devolvido e não foi, caracterizou-se como estelionato", explicou o delegado titular da Dedc, Marcelo Lemos de Oliveira.
Ainda conforme o delegado, para justificar o paradeiro da quantia tomada da vítima, Danielle teria dito que todo valor estava guardado em uma entidade espiritual de Santos, no Litoral de São Paulo, que não existe. E para explicar a devolução do dinheiro de acordo com o prometido, a taróloga pediu para que o presidente do Conselho Mediúnico do Brasil (Cebras), D.S., confirmasse o paradeiro do valor. O presidente também teria explicado a necessidade do pagamento de mais R$ 54 mil para que os serviços fossem finalizados. "Ele tinha sim conhecimento do que estava sendo feito, mas não sabemos se ele recebeu dinheiro por isso", disse Oliveira.
Até o momento, estão presos Danielle, o marido dela e D.S., que foi ouvido pela Dedc nesta manhã. O sogro e a sogra da taróloga estão foragidos. A polícia já bloqueou para transferência e venda nove carros que estavam no nome de membros da família, entre eles um Camaro e uma Hilux.
Atualização: em sentença proferida em 2017, a Justiça absolveu C.E.Y.J, C.E.Y e D.S. por entender que eles não tiveram envolvimento com o crime.
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