A Polícia Militar prendeu 23 pessoas na Cracolândia desde a terça-feira (3) dia em começou a operação policial no centro da capital paulista. Ao todo, sete pessoas foram detidas em flagrante. O restante, segundo a Polícia Militar, era formado por foragidos da Justiça. Além disso, cerca de 250 pedras de crack foram apreendidas na região. O balanço da Polícia Militar contabiliza as prisões ocorridas até as 17h de ontem (6).
Segundo a Polícia Militar, a ação que ocorre na região tem a finalidade "de restaurar uma área socialmente degradada, além de quebrar a estrutura do tráfico de drogas na região".
A operação é feita por um efetivo de 100 homens, com apoio do Policiamento de Choque e da Guarda Civil Metropolitana, que participa da ação com 30 guardas. Ontem (6), a Guarda Civil Metropolitana informou ter abordado pessoas em situação de risco, encaminhando-as para prontos-socorros, além de ter orientado pessoas em situação de vulnerabilidade.
Em entrevista à TV Brasil, o coronel Pedro Borges de Oliveira Filho, comandante de policiamento da área central de São Paulo, disse que a operação na Cracolândia tem ocorrido conforme o planejado. "O primeiro objetivo é quebrar a estrutura logística do tráfico. E isso já aconteceu. Não existe mais aquele grupo concentrado de 400 a 500 pessoas e a facilidade de o traficante agir naquele grupo. Isso está quebrado. E estamos realizando prisões diariamente", disse.
Segundo o coronel, a migração dos usuários e traficantes de droga da Cracolândia para outras regiões da capital já era esperada. "A gente sabia que ia haver migrações nessa operação. Mas cada vez que o crime migra, ele se enfraquece e nós estamos atuando nesses locais. Vocês podem ver viaturas em toda a região central. Ninguém está com tranquilidade ali para cometer crimes. Diminuiu muito e isso tende a se reduzir cada vez mais com nossa ação", disse Oliveira Filho.
De acordo com o coronel, não há possibilidade de esses usuários e traficantes formarem uma nova Cracolândia numa outra região da cidade. "Esses pequenos grupos não estão instalados [nessas outras regiões] e não vão se instalar. Já estamos patrulhando esses locais e não vai haver instalação de grupos", ressaltou.
A ação policial, no entanto, tem gerado polêmica. Em comunicado enviado ao comandante-geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo, o presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Arles Gonçalves Junior, elogiou a atuação da Polícia Militar na região. "São ações como essas que efetivamente combatem o crime, pois o efeito pedagógico freia o ímpeto dos marginais e gera uma retração imediata nos índices de criminalidade", disse Gonçalves Junior no comunicado, disponível no site da Secretaria de Segurança Pública.
Mas há também quem conteste a operação. Em entrevista à TV Brasil, o jurista Walter Maierovitch classificou a ação de "populista e espetacular". "É uma questão de saúde pública. Em vez de os governos municipal e estadual apresentarem políticas sociossanitárias fazem exatamente uma abordagem contrária, uma espécie de tortura para gerar dor e sofrimento", disse ele.
Para ele, a ação policial não resolve o problema. Só faz migrá-lo para outras regiões. "O que se colheu com isso? Uma migração. Essas pessoas, evidentemente, quando acuadas, fogem para outros locais para depois voltar ou se estabelecer em outras regiões", disse Maierovitch.
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