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Segurança

Polícia prende 95 suspeitos de fraudar importações, 32 só no PR

A Polícia Federal (PF) prendeu ontem 32 pessoas no Paraná, entre empresários, servidores públicos da Receita Federal e de outros órgãos. Eles são acusados de integrar o maior esquema de fraudes em importações, com valores subfaturados, já detectado no Brasil, que teria causado um prejuízo de aproximadamente R$ 500 milhões aos cofres públicos, nos últimos quatro anos, somente com a sonegação de tributos aduaneiros. A operação, que ganhou o nome de Dilúvio, levou para a cadeia um total de 95 pessoas, em oito estados brasileiros e Miami, nos Estados Unidos.

Entre os detidos no Paraná estão pelo menos três servidores da Receita Federal: Benjamin Batista Veiga, Gerry César Barankievicz e Júlio César de Oliveira, além do superintendente do Aeroporto Regional de Maringá, Marcos Antônio Valencio. Um candidato a deputado estadual pelo PSB, Giancarlo Schetini de Almeida Torres, também foi preso. Onze pessoas foram detidas em Curitiba e 21 em Maringá e cidades da região. A PF não precisou os motivos que levaram todos para a prisão. A maioria dos detidos, no entanto, seria empresários do ramo de equipamentos de informática.

Em todo o país, a Operação Dilúvio envolveu 950 policiais federais e 450 auditores da Receita Federal. Os 118 mandados de prisão e os 220 mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Federal de Paranaguá, cidade em que a investigação teve início, e de Itajaí (SC). Os mandados de busca incluíam cerca de 200 endereços, entre escritórios de advocacia, empresas de importação e revenda de mercadorias, depósitos e residências dos envolvidos. No início da noite de ontem, a Polícia Federal em Brasília informou que 13 mandados de prisão ainda estavam pendentes.

Movimento

Desde o início da manhã de ontem a movimentação era grande na sede da Polícia Federal da Doutor Faivre, em Curitiba. Os policiais chegavam com caixas cheias de documentos, computadores e carros de alto valor – o que mais chamou a atenção dos curiosos foi um Porsche preto. Somente na casa de um dos acusados a PF apreendeu cerca de US$ 450 mil (R$ 960 mil). Também foram retidas jóias e obras de arte. No fim da tarde, os policiais apreenderam equipamentos de informática em um escritório no Centro Cívico.

A PF em Curitiba não divulgou o balanço do material apreendido. Nenhum policial falou com os jornalistas ou passou informações a respeito da operação. A única entrevista sobre o assunto foi dada em Brasília, pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e pelo diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, no início da tarde. Segundo o Departamento da Polícia Federal (DPF) em Brasília, nos próximos dias as 63 pessoas presas fora do Paraná serão encaminhadas para Curitiba para serem ouvidas. A assessoria do DPF informou que durante a operação foram apreendidos um total de US$ 500 mil (cerca de R$ 1 milhão) e R$ 360 mil.

Em Maringá, a sede da PF não comportou todos os presos. Pelo menos dez deles foram encaminhados para a 9.ª Subdivisão de Polícia Civil da cidade e para as delegacias dos municípios de Paiçandu e Astorga. Os documentos e computadores apreendidos foram encaminhados para o Exército, em Apucarana. Os policiais apreenderam 13 caminhões com produtos eletrônicos.

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