Agentes da Promotoria de Investigações Criminais (PIC) prenderam perto das 17h30 desta quinta-feira o comerciante Ibrain José Barbino, 56 anos, assassino confesso de Ciro Frare, dono de uma rede de concessionárias em Maringá, Curitiba e Londrina e considerado um dos empresários mais bem sucedidos do Paraná. Frare foi morto em 24 de junho de 2004, com cinco tiros, dentro da sala da direção da Concessionária Cipasa, no centro da Cidade.
Barbino foi detido em seu apartamento, na Rua Pernambuco (Centro), e não ofereceu resistência. "Apenas dei cumprimento ao mandato expedido pela Justiça", afirmou o delegado da PIC, Alan Flore, sem saber detalhes do caso. A ordem de prisão foi decretada pelo juiz substituto da 1ª Vara Criminal, Délcio Miranda da Rocha.
A filha e a mulher de Barbino também foram à sede da PIC na companhia de dois advogados. Ex-diretor da concessionária de Frare, com quem trabalhou por 35 anos, Barbino estava aparentemente tranqüilo, embora abatido. Ele não resistiu à prisão e em nenhum momento foi algemado.
"Foi uma surpresa para nós", declarou o advogado José Romeu do Amaral Filho, que também desconhecia as razões da prisão. Amaral afirmou que não havia os requisitos básicos para a prisão de Barbino. "Ele sempre esteve à disposição da Justiça, tem residência fixa e nem tirou férias em razão do processo. Não vejo nenhum motivo para prendê-lo", declarou, ainda na sede da PIC. O defensor classificou a decretação da prisão como "arbitrária e ao arrepio da lei". Formado em direito e economia, Barbino foi recolhido em prisão especial no superlotado 2º Distrito Policial (Zona Leste).
Amaral afirmou que nesta sexta-feira ajuizaria um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça (TJ), em Curitiba. O Ministério Público acusou Barbino por homicídio duplamente qualificado: por não ter possibilitado a defesa da vítima e porque o empresário teria sido morto por motivo banal.
Nos dias que se seguiram ao crime, o pedido de prisão foi negado pelo TJ, que acatou os argumentos da defesa de que Barbino não iria atrapalhar o processo.
O advogado contratado pela família Frare para atuar junto à Promotoria, Walter Bittar, disse ontem que a prisão de Barbino foi motivada por fatos novos levados ao processo e acatados pelo juiz. "Especialmente com relação aos desvios na Cipasa", declarou, mas sem fornecer detalhes. "Por enquanto, prefiro não me manifestar sobre as minúcias do caso", completou.
O motivo do assassinato, conforme contou o próprio Barbino à Polícia, seria um esquema de fraudes do qual era acusado por Frare e pelo qual teria subtraído R$ 3,7 milhões da Cipasa. Na denúncia criminal que tramita na Justiça, o contador da empresa demonstrava como funcionaria o esquema.
Bittar voltou a acusar a defesa do comerciante de apresentar testemunhas que nunca eram encontradas para serem ouvidas no processo, atrasando o julgamento. "Mas agora fizemos um trabalho demonstrando que tudo foi premeditado e que havia materialidade do crime. Com ele na rua, ninguém mais acreditava na Justiça porque entendemos que existem motivos muito reais para a prisão", afirmou.
O comerciante foi preso, de acordo com o advogado, por um dos motivos previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal: Barbino poderia trazer riscos ao andamento do processo, atrapalhando a coleta de provas ou porque havia necessidade da garantia da ordem pública.
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