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Caso Afroreggae

Polícia prende comparsa e busca assassino

Rio de Janeiro - A Polícia Civil do Rio de Janeiro se esforça para prender o assassino de Evandro João da Silva, coordenador do Afroreggae, morto em um assalto na madrugada do último dia 18, no centro da cidade. O comparsa dele, Rui Mário Maurício de Macedo, conhecido como Romarinho, 35 anos, foi preso na noite de segunda-feira na Rua do Carmo, a 60 metros da porta da agência bancária onde Evandro foi baleado.

O acusado de ter atirado em Evandro já foi identificado. Nas imagens gravadas pelas câmeras de vigilância, ele agride e atira contra a vítima. Os dois policiais militares que atenderam a ocorrência, mas não prenderam os acusados e ainda ficaram com a blusa e o tênis roubado do coordenador do Afroreggae, continuam presos.

Romarinho disse, em depoimento à polícia, ser apenas um morador de rua, mas na viatura, a caminho da 1.ª Delegacia de Polícia da Praça Mauá, admitiu a participação no roubo. O assaltante tem antecedentes criminais. Ele foi absolvido pela Jus­tiça por furto e por corrupção de menores e aguardava decisões sobre as acusações de porte de armas e uso de entorpecentes.

O assaltante ajudará no retrato falado do comparsa e será submetido ao reconhecimento dos PMs nos próximos dias. O coordenador do Afroreggae, José Júnior, esteve com o preso e disse que ele "não entendeu por que foi liberado pelos policiais". O crime ocorreu nas proximidades do Arco do Teles, região histórica da cidade, onde se concentram bares e restaurantes.

As imagens das câmeras de vigilância de uma agência bancária e de um prédio flagraram o crime e a atuação dos policiais. O capitão Dennys Leonard Nogueira Bizarro e o cabo Marcos de Oliveira Sales chegam logo depois que o coordenador do Afroreggae é baleado. Eles rendem os assaltantes, ficam com um par de tênis e uma jaqueta roubada de Evandro e liberam os bandidos. A vítima fica agonizando sem socorro.

Artigo

Um artigo publicado na edição de ontem do jornal francês Le Monde noticiou o caso sob o título "No Rio de Janeiro, uma polícia com comportamento criminoso". O crime também foi citado pelo jornal inglês The Guar­dian. O artigo lembra que o crime ocorreu quando o Brasil se vangloriava por vencer a disputa para sediar os Jogos Olím­picos de 2016. Este foi o segundo caso negativo de repercussão internacional para o Rio. O primeiro foi o helicóptero da Polícia Militar derrubado a tiros por traficantes no Morro dos Macacos, na zona norte da cidade, no dia 14.

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