Atualizado em 01/07/06, às 13h34min
Uma operação especial que mobilizou cerca de 120 policiais civis e militares está tentando cumprir mandados de prisão para 48 pessoas acusadas de ligação com o tráfico de drogas em oito cidades do paraná e uma de Santa Catarina.Também estão sendo cumpridos 57 mandados de busca e apreensão para desmantelar as conexões da quadrilha. Até o início da tarde, 46 pessoas haviam sido presas.
A operação foi apelidada de Contestado por se localizar na região que sofreu com a guerra na região de divisa do Paraná com Santa Catarina. Além dos policiais, a operação também conta com representantes do ministério público.
Segundo informações incluídas no site oficial do governo do estado, a quadrilha movimentava cerca de R$ 1 milhão por mês na região. A ação policial se desenvolve desde as 6 horas nas cidades de Curitiba, Foz do Iguaçu, Cascavel, Rio Azul, Cruz Machado, General Carneiro, Bituruna, e União da Vitória no Paraná, além de Porto União, em Santa Catarina.
Um dos coordenadores da força-tarefa, o delegado Agenor Salgado Filho, afirma, segundo o site oficial do governo, que há três meses a polícia investiga a ação de traficantes nestas cidades. "Estamos ouvindo pessoas e investigando a ação destes marginais há pelo menos 90 dias. Agora, com o apoio da Justiça e do Ministério Público, estamos realizando esta missão com o objetivo de retirar de circulação estes traficantes que vem agindo nestes locais", afirmou. Todos os presos e os objetos apreendidos serão encaminhados para União da Vitória. A ação da polícia deve terminar somente no final da tarde de domingo (02).
As prisões, no entanto, podem continuar por mais alguns dias. Segundo o delegado Agenor Salgado filho, em entrevista à Gazeta do Povo, a ação pode resultar em pedidos de quebras de sigilos fiscais e telefônicos, o que pode resultar em novas prisões e apreensões.
O caminho da droga
As investigações chegaram à conclusão que a distribuição da droga era feita por uma rede de traficantes que agia há pelo menos dez anos, trazendo principalmente crack e maconha do Paraguai, passando por Foz do Iguaçu até chegar à União da Vitória. "União da Vitória era a base da ação dos traficantes e nas demais cidades ficavam os fornecedores que repassavam a droga. Estamos desarticulando uma quadrilha imensa", disse o delegado Salgado. A polícia estima que o lucro da quadrilha girava entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão por mês. "A venda era de basicamente 80% de crack, que é mais caro que a maconha e mais fácil de viciar, e cerca de 20% de maconha", explicou.