Atualizado às 16h55 em 04/07/06
Uma quadrilha acusada de tráfico de crianças foi desmantelada na manhã desta terça-feira por policiais do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), da Polícia Civil do Paraná. Seis pessoas foram presas, entre elas, três advogados e uma agente de apoio da Polícia Civil. Ao todo, foram cumpridos seis mandados de prisão e seis de busca e apreensão.
As prisões aconteceram em Curitiba e no Litoral do Paraná. De acordo com a delegada do Sicride, Márcia Tavares dos Santos, foi preso esta manhã em Curitiba o casal Elias José Piazentin Gonçalves, 44 anos, e sua mulher - a advogada Janaína Monteiro do Nascimento Piazentin Gonçalves, 34. Na casa do casal e no escritório de advocacia de Janaína, em Santa Felicidade, os policiais apreenderam 300 cheques, vários documentos, dólares, agenda e três computadores.
No Litoral, a polícia prendeu os advogados Daniel Gilberto Lemos Pereira, 35 anos, Cid Vinícius de Oliveira Santos, 45, e a agente da Polícia Civil - Regina Silveira Giroletta, 50, que trabalhava na Delegacia de Ipanema. O marido de Regina, Ademir Giroletta, 41 anos, também foi preso pelos policiais. Na casa dos Giroletta, foram apreendidos documentos, computadores e agendas que serão analisadas para encontrar pessoas ligadas à quadrilha.
"Temos informações de que há a possibilidade destas pessoas estarem envolvidas com a venda de várias crianças para casais em todo o país", disse a delegada do Sicride. Ainda segundo Márcia Tavares, as seis prisões estão baseadas na investigação da venda de um bebê, nascido em Paranaguá, para um casal que provavelmente mora no Rio de Janeiro.
Investigações
De acordo com a investigação, que teria começado em 2005, no mês de setembro, os advogados Lemos Pereira e Oliveira Santos procuraram Renata Almeida dos Santos que estava grávida. Os advogados teriam oferecido medicamentos, alimentos, um botijão de gás, R$ 50 em dinheiro e mais todos os custos dos exames com pré-natal - no valor de R$ 143. Renata, segundo a investigação, teria que entregar o bebê que esperava.
Em outubro, mês que o bebê de Renata nasceu, ela teria ligado para os advogados e para a agente Regina, da Polícia Civil, informando o nascimento. Após receber alta, a mãe foi levada por Lemos Pereira para Curitiba, onde o recém-nascido teria sido entregue à advogada Janaína e mais tarde entregue a um casal no Rio de Janeiro.
Renata disse à delegada do Sicride, que queria entregar a criança para a adoção legal e que quando entregou o bebê ao advogado pensou estar fazendo a entrega legalmente. A delegada informou que Renata já havia entregado um filho para adoção, e que ela será ouvida pela polícia.
Caso o bebê seja encontrado, a guarda da criança será entregue à Vara de Infância e Juventude. Se for comprovado que o casal carioca está com a criança há quase um ano, o juiz decidirá se permanecerá ou não com eles. Porém, o casal pode ser punido criminalmente - se for comprovado que o casal pagou pelo bebê.
Crimes
Todos os presos foram indiciados pelo crime de efetivar entrega de filho mediante pagamento, previsto no Estatudo da Criança e do Adolescente. A pena pode variar de um a quatro anos de reclusão. Os seis presos responderão ainda pelo crime de formação de quadrilha.Veja em vídeo como a quadrilha agia
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