Três vigilantes da empresa de segurança privada Centronic Segurança e Vigilância Ltda foram presos, nesta quarta-feira (17), acusados do assassinato de Bruno Strobel Coelho Santos, de 19 anos, filho do jornalista esportivo Vinicius Coelho. As prisões aconteceram em Curitiba e em Almirante Tamandaré, na região metropolitana, na noite de terça-feira (16). De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública (Sesp-PR), os três confessaram o crime.
A Polícia Civil também vai pedir a prisão preventiva de outros três funcionários da Centronic pelo crime de tortura contra Bruno Strobel. A Secretaria da Segurança informou que um operador de monitor da empresa de vigilância, acusado de participar das agressões contra Bruno, foi preso por porte ilegal de arma.
Segundo o delegado-titular de Almirante Tamandaré, Jairo Amodio Estorílio, os vigilantes teriam flagrado Bruno pichando o muro de uma clínica da região do Alto da XV. Eles levaram o rapaz à força até a sede da empresa, torturado o estudante e em seguida o levado para Almirante Tamandaré, onde foi assassinado com um tiro na nuca. Na sede da empresa, os vigilantes jogaram a tinta do spray contra o estudante para humilhá-lo e ainda teriam usado um saco plástico para o rapaz não saber onde estava.
Prisões
Foram presos os vigilantes Marlon Balem Janke, 30 anos, detido na Centronic, no Alto da XV, Douglas Rodrigo Sampaio Rodrigues, 26, preso enquanto trabalhava no Centro de Almirante Tamandaré, e Eliandro Luiz Marconcini, 25, preso no bairro Sítio Cercado. Os três teriam confessado o assassinato do estudante.
Para o delegado Estorílio, os vigilantes resolveram assassinar o rapaz, depois de o estudante dizer que iria denunciá-los. "Ele era um jovem esclarecido. Bateram nele. Ele iria denunciá-los. Por isso resolveram matá-lo", afirmou o delegado Estorílio à Agência Estadual de Notícias (AEN). O operador de monitor Emerson Carlos Roika, 34, foi preso por porte ilegal de arma. Emerson também é acusado de ter participado da tortura de Bruno Strobel antes do assassinato.
Prisões preventivas
"Vou pedir a prisão preventiva de mais três funcionários da empresa envolvidos. Esses três não tiveram envolvimento direto no homicídio, mas antes do crime", afirmou o delegado. Os três funcionários tiveram participação passiva no evento, pois sabiam o que estava acontecendo e não fizeram nada, segundo Estorílio.
Entre essas três prisões preventivas está a de Emerson Carlos Roika, já preso por porte ilegal de armas, e que teria participado da tortura. As outras duas prisões são do supervisor de monitor da Centronic, Ricardo Cordeiro Reysel, 32, e do operador de monitor Leônidas Leonel de Souza, 28, que ouviram os gemidos da tortura e não fizeram nada.
Empresa
Em nota oficial, a empresa Centronic Segurança e Vigilância afirma que está colaborando com as investigações feitas pela Polícia Civil. A empresa informa que todos os funcionários recebem treinamento adequado para o exercício da profissão de vigilante e que todos os anos passam por exames psicotécnicos. (Leia a nota da empresa ao lado)
Crime
Bruno foi morto com um tiro na cabeça e teve um ferimento no abdome. O corpo do rapaz foi encontrado na segunda-feira (8) da semana passada, em uma ribanceira no km 19 da Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré, após uma semana desaparecido. O jovem foi a um jogo do Coritiba no fim de semana anterior e não voltou mais para casa.
A família e os amigos de Bruno afirmaram, durante a cerimônia de sepultamento do corpo do rapaz no último dia 10, não saber o que teria motivado o crime. Várias hipóteses chegaram a ser levantadas, como assalto, seqüestro e envolvimento com drogas.
Fiscalização
A empresa Centronic deve receber uma fiscalização da Polícia Federal. O delegado-geral da Polícia Civil, Jorge Azôr Pinto, afirmou que enviará um ofício à PF, a pedido do secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari. Testemunhas informaram à polícia que os vigilantes presos podem ter cometido outros crimes.