A Polícia Civil de São Paulo prendeu 22 pessoas durante uma operação, na manhã desta segunda-feira (9). Elas teriam participado de um protesto na zona norte, que fechou a rodovia Fernão Dias, em outubro, depois da morte do adolescente Douglas Martins Rodrigues, de 17 anos, baleado tórax por um policial militar.
A morte do adolescente causou revolta nos moradores e provocou uma onda de protestos na Fernão Dias, que resultaram em interdição na rodovia que liga São Paulo a Belo Horizonte, além de ônibus e carros queimados, quebra-quebra e saques de lojas. Durante as manifestações, 90 pessoas foram detidas e um homem foi baleado. Na época, a Polícia Militar informou que Douglas foi vítima de um tiro acidental, disparado por um PM que atendia a uma denúncia de perturbação de sossego no bairro do Jaçanã. O adolescente foi socorrido, mas não resistiu ao ferimento. No entanto, testemunhas afirmaram que o policial saiu da carro atirando.
Segundo informações preliminares, foram cumpridos todos os mandatos de prisão. Com os acusados, a polícia encontrou motos adulteradas e também drogas. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, até as 10h30 desta segunda-feira, não havia divulgado detalhes da operação.
No dia 29 de outubro, dois dias depois da morte do jovem, o bairro na região da rodovia Fernão Dias teve toque de recolher. Supermercados, lanchonetes, padarias, farmácias e até uma agência dos Correios abaixaram as portas com medo de novas manifestações.
Um dia antes, no protesto que fechou a rodovia, manifestantes atearam fogo em veículos, caminhões e ônibus. As chamas atingiram a rede elétrica e causaram a explosão de um transformador. Um outro grupo saqueou lojas da região usando carrinhos de lixo para arrombar as portas. Outros manifestantes foram para o Terminal de Cargas, na região do Parque Novo Mundo, onde tentaram saquear caminhões estacionados. A PM chegou ao local e usou bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes.