São Paulo - A Polícia Civil de Goiás afirmou que deve fazer um voo de reconstituição para esclarecer as razões da queda do avião no estacionamento de um shopping center de Goiânia. O acidente matou o piloto, Kléber Barbosa da Silva, e a filha dele, de 5 anos, na última quinta-feira.
Segundo o delegado Manoel Borges, responsável pela investigação, ainda não está descartada a hipótese de falta de combustível. A mãe da menina, Érica Correia Santos, deve prestar depoimento à Polícia Civil amanhã, se estiver em condições para fazê-lo.
Kléber, que tinha 31 anos, roubou o avião no aeroclube de Luziânia, cidade próxima a Brasília, na tarde de quinta-feira. De lá, partiu em direção a Goiânia, onde fez voos rasantes pela região até cair no estacionamento do maior shopping da cidade. No mesmo dia, ele havia supostamente agredido a mulher, Érica, com um extintor de incêndio. Depois, ele a teria atirado de um carro em movimento.
O delegado Borges diz que vai pedir ajuda ao serviço aéreo civil do Estado e à FAB (Força Aérea Brasileira) para fazer o voo de reconstituição. Borges afirma que quer "elucidar se houve ou não pane seca" (falta de combustível). Segundo o delegado, a perícia nos instrumentos de voo não é suficiente para isso, já que o equipamento ficou bastante danificado com a queda.
Familiares de Érica, segundo a Polícia Civil, dizem que ela ainda está muito abalada com as mortes e pode não ter condições de depor amanhã. Uma amiga da família afirmou em entrevista à imprensa que Érica ficou muito abalada ao saber, neste sábado, que a polícia investiga o marido ao apenas pelos acontecimentos de quinta-feira, mas também pela suspeita de que ele teria cometido um estupro. Érica ainda estaria sob o efeito de sedativos.
Hoje, a polícia deve ouvir duas outras testemunhas que podem ajudar a entender o que ocorreu na quinta-feira um tio de Érica, que falou com Kléber pouco antes da queda do avião, e um piloto profissional que viu as manobras feitas por Kléber nos céus de Goiânia na quinta-feira.