Após os atentados que ocorreram em Florianópolis na noite de segunda-feira (12) e manhã desta terça-feira (13), a polícia reforçou o efetivo nas ruas e passou a escoltar ônibus em áreas consideradas de risco. No entanto, nenhum suspeito foi identificado. Em conversa com jornalistas na tarde desta terça, a cúpula da segurança pública não confirmou se a série de ataques tem ligação com o assassinato, em outubro, da agente prisional Deise Fernanda Melo Pereira Alves, esposa do diretor da penitenciária de São Pedro de Alcântara, Carlos Antônio Alves. "É uma das linhas de investigação, mas não podemos afirmar nem negar", afirmou o secretário de Segurança Pública, César Grubba.
A ligação entre os casos ganha força com a divulgação de imagens feitas na semana passada dentro do presídio. Os presos instalaram um celular com câmera para registrar a entrada na cela de agentes prisionais. Os agentes, liderados pelo marido da mulher assassinada, usaram de força para conter os presos. A cúpula da segurança minimiza o caso.
"O que nos foi mostrado até aqui representa uma ação legítima. Houve uso progressivo da força para evitar rebelião. Antes da entrada na cela, um preso havia tentado dominar um agente (imagens do circuito interno flagraram a ação). Precisávamos conter a situação no presídio", defendeu Leandro Antônio Soares Lima, diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap).
A agência de inteligência da Secretaria de Segurança Pública teria interceptado mensagens de celular entre integrantes de uma facção criminosa ordenando os ataques. "É para sair para pista e sentar o dedo nesses vermes do Deap e taca (sic) fogo no busão, em resposta a covardia em São Pedro", dizia a suposta mensagem divulgada na imprensa local.
Florianópolis viveu 12 horas de terror na noite de segunda e madrugada desta terça, lembrando a série de atentados contra policiais em São Paulo. Em poucas horas, os bandidos atearam fogo em dois ônibus, no norte de Florianópolis, em uma viatura da Polícia Militar e no carro particular de um policial civil. A onda de terror também resultou no ataque com oito tiros, à 1h desta terça, contra uma base da polícia em Palhoça, cidade vizinha à capital.
Em Blumenau, na manhã desta terça, o presídio regional também recebeu ataque a tiros, mas, segundo a polícia, os suspeitos foram presos e não há ligação com os atentados em Florianópolis.
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